O fundo imobiliário Iridium FII (IRDM11) apresentou leve recuperação no último mês, com as cotas subindo de R$ 63 para R$ 68. Embora o desempenho ainda esteja abaixo dos R$ 70 e bastante distante dos patamares históricos, o rendimento de R$ 0,83 por cota foi destaque, configurando-se como o segundo maior valor pago nos últimos 12 meses.
Contudo, a distribuição ficou aquém do potencial gerado no período: o fundo produziu R$ 0,94 por cota, mas reteve R$ 0,11, seguindo sua política de formação de reservas. Atualmente, o saldo acumulado chega a R$ 0,65 por cota.
Prejuízo acumulado e questionamentos sobre a política de retenção
Apesar da distribuição expressiva no mês, o fundo enfrenta um cenário extremamente desafiador. O prejuízo acumulado ultrapassa R$ 10 por cota, sendo R$ 7 concentrados em ativos considerados praticamente irrecuperáveis. Entre os investimentos mais problemáticos estão fundos como Serra Verde, que precisaria valorizar mais de 8.000% para se aproximar do valor inicialmente aplicado, e outros como Deva, HCTR e Tord, que demandariam altas improváveis, entre 240% e 1.500%.
O total investido nos ativos considerados inviáveis chega a R$ 300 milhões, representando uma perda patrimonial significativa. A política de retenção, que visa recompor parte desse prejuízo com reservas mensais, é alvo de críticas e questionamentos. Estima-se que, ao ritmo atual de retenção de R$ 0,10 a R$ 0,15 por mês, seriam necessários mais de quatro anos apenas para cobrir parte das perdas, o que muitos especialistas consideram inviável.
Impacto da inflação e distribuição setorial
O resultado positivo no mês foi impulsionado, principalmente, pela correção monetária decorrente do IPCA de fevereiro, que registrou alta de 1,31%, impactando diretamente cerca de 61% da carteira de créditos do fundo. Ainda assim, não houve movimentações relevantes na carteira, mantendo-se praticamente inalterada.
Atualmente, a composição do IRDM11 é dividida em aproximadamente 80% em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e 16% em fundos imobiliários, segmento este que concentra as maiores perdas.
Alternativas e perspectivas para o Iridium FII
Diante do cenário adverso, analistas e investidores discutem alternativas para o fundo. Entre elas, a possibilidade de incorporação ao IRIM, que poderia “resetar” os preços médios e permitir uma reestruturação mais eficiente, ainda que com perdas patrimoniais imediatas para os cotistas.
Por outro lado, a manutenção da atual política de retenção é vista como insuficiente para reverter o quadro, especialmente considerando que as principais posições problemáticas dificilmente se recuperarão, mesmo em cenários de queda acentuada da Selic ou melhora do mercado imobiliário.
O gestor segue realizando ajustes pontuais, como a quitação de compromissadas e reciclagem gradual da carteira. Entretanto, o risco estrutural permanece elevado, com grandes incertezas sobre a efetividade das medidas adotadas.
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