ETF que paga dividendos mensais com Bitcoin atrai investidores; veja se vale a pena

O ETF Coin11, da gestora Bona Vista Capital, vem chamando atenção dos investidores brasileiros por uma proposta diferenciada: gerar renda passiva mensal a partir da volatilidade do Bitcoin. Em maio, o fundo distribuiu 2,4% em dividendos, um patamar bem acima da média do mercado de ações tradicionais. Mas será que vale a pena incluir esse ativo na carteira? A resposta depende do seu perfil de risco e objetivos.

Como funciona o Coin11

Negociado na B3 como uma ação comum, o Coin11 segue o índice NeosBTCI, baseado no ETF norte-americano BTCI da gestora Neos. Esse índice utiliza uma estratégia de “covered calls”, ou seja, mantém Bitcoin em carteira e vende opções de compra (“calls”) com diferentes preços de exercício. O objetivo é gerar renda adicional todos os meses com a venda dessas opções, sem abrir mão do potencial de valorização da criptomoeda.

A estratégia tem como diferencial o pagamento recorrente de proventos, mesmo em momentos de queda no preço do Bitcoin. Desde o seu lançamento, o Coin11 tem distribuído mais de 2% ao mês em dividendos, ainda que o valor da cota tenha oscilado negativamente em certos períodos.

Rentabilidade e comparação com o Bitcoin

Apesar da atratividade do dividendo, o retorno total do Coin11 — somando dividendos e valorização da cota — foi de cerca de 4% desde dezembro. Isso significa que ele ficou abaixo da performance do Bitcoin no mesmo período. Segundo a análise apresentada, o Coin11 tende a sofrer quando o Bitcoin desvaloriza, e é limitado em momentos de forte alta da criptomoeda por conta das opções vendidas.

Já o ETF americano BTCI, que serve como base para o Coin11, acumula uma valorização de cerca de 30% em menos de um ano, incluindo dividendos. Isso equivale a mais de duas vezes o CDI brasileiro no mesmo período. Ainda assim, por ter um histórico curto, não é possível afirmar com segurança se o Coin11 conseguirá repetir esse desempenho no futuro.

Riscos e vantagens do Coin11

Vantagens:

  • Pagamento mensal de dividendos com isenção de IR no Brasil.

  • Exposição ao Bitcoin, ativo que muitos consideram essencial para diversificação.

  • Estratégia de geração de renda com opções, sem necessidade de operar derivativos diretamente.

Riscos:

  • Alta volatilidade do Bitcoin: o ETF segue diretamente o desempenho da criptomoeda.

  • Exposição cambial: como os ativos são atrelados ao dólar, há impacto da variação cambial.

  • Possibilidade de menor valorização em grandes altas do Bitcoin devido às opções de venda.

  • Riscos regulatórios no Brasil, como mudanças na tributação de dividendos.

Para quem o ETF Coin11 faz sentido?

O Coin11 pode ser uma boa alternativa para investidores que já acreditam no potencial do Bitcoin, mas desejam transformar parte dessa exposição em uma fonte recorrente de renda. Em carteiras diversificadas, pode ocupar o espaço destinado a ativos “antifrágil” ou de proteção contra riscos sistêmicos, junto com ouro ou títulos internacionais.

Contudo, não se trata de um produto conservador. O ETF deve ser avaliado como uma exposição indireta à volatilidade do Bitcoin, com um bônus de renda mensal. É indicado para quem já entende minimamente o funcionamento do mercado cripto e quer facilitar a operação via corretoras nacionais, como Necton ou outras parceiras da B3.

O post ETF que paga dividendos mensais com Bitcoin atrai investidores; veja se vale a pena apareceu primeiro em O Petróleo.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.