A ‘geral’ vai voltar? Mineirão estuda retirada de cadeiras em um dos setores

A Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) debateu, em audiência pública realizada nessa quinta-feira (29), a retomada de um setor sem cadeiras no Mineirão. A discussão partiu do apelo de torcedores do Cruzeiro e teve apoio da Minas Arena, concessionária que administra o estádio, que afirmou já estudar as modificações.

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Inicialmente, a proposta prevê a retirada de cerca de 13 mil assentos do setor amarelo, localizado atrás de um dos gols do Mineirão. Segundo a ata da audiência, a medida visa resgatar a cultura da “geral”, como era chamado o antigo setor popular do estádio, onde torcedores assistiam aos jogos de pé, por um preço acessível.

A reunião atendeu a pedido do deputado Professor Cleiton (PV), que apontou três benefícios principais da modificação:

  • redução do custo dos ingressos;
  • maior liberdade para as torcidas fazerem sua “festa” no estádio;
  • aumento da segurança para o público.

Posições

A audiência pública contou com representantes do Movimento Amarelo Sem Cadeiras, formado por torcedores do Cruzeiro, que apresentou dossiê endossando a adoção da “geral” no Mineirão. Entre os argumentos mencionados no documento, o grupo apontou a existência de setores livres de cadeiras tanto no Independência quanto na Arena MRV (estádios de América e Atlético, respectivamente).

Representantes do clube celeste e da Minas Arena também estiveram presentes e apoiaram a ideia. “Não há motivo para que a gente não possa trabalhar um espaço específico para aquele torcedor que possa assistir ao jogo em pé, ter uma festa mais efusiva, e a retirada das cadeiras propicia isso”, afirmou Marcone Barbosa, diretor de Marketing e Mercado do Cruzeiro.

“Por ser um estádio concedido, não estávamos liberados a realizar essa retirada de cadeiras. Já acionamos um consultor, que fez o projeto aprovado pelo Corpo de Bombeiros em 2012. Nossa maior preocupação é com relação à segurança. Eu vim no intuito de colaboração, e estamos empenhados no mesmo caminho”, disse Jacqueline Alves, diretora da Minas Arena, do outro lado.

Superintendente de Governança e Gestão, Sílvia Machado Lage afirmou, como representante do Governo de Minas, que o Executivo não se opõe à criação da geral. “Penso que, enquanto representante do Governo e da gestão do contrato do Mineirão, meu papel é mais de ouvir as partes. Pelo lado do Estado, afirmo que vamos cumprir o contrato”, pontuou.

Próximos passos

De acordo com a Minas Arena, o desenvolvimento da ideia requer estudos sobre o impacto da mudança na infraestrutura do estádio, que já estariam sendo feitos. O projeto deve levar em conta o aumento de peso sobre a arquibancada, o número de catracas e banheiros, entre outros pontos.

Caso avance, a proposta de retomada da “geral” exigirá aprovação da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte (COPCM-BH).

A expectativa das partes é de que as cadeiras sejam retiradas antes mesmo da Copa do Mundo Feminina de 2027.

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