Embora muitas vezes associada exclusivamente às mulheres, a fertilidade é uma questão que também envolve diretamente a saúde e o estilo de vida dos homens. Segundo o Dr. Rodrigo Rosa, ginecologista obstetra e especialista em reprodução humana, ainda há muita desinformação sobre o tema.
“Infertilidade masculina é um assunto cercado de tabus e mitos. Muitos homens acreditam que não precisam se preocupar, mas a verdade é que eles são responsáveis por cerca de 50% dos casos de dificuldade para engravidar, seja de forma isolada ou associada a fatores femininos”, explica o médico.
A seguir, o especialista esclarece cinco mitos comuns relacionados à fertilidade masculina:
Mito 1 – A infertilidade é um problema exclusivamente feminino
Esse é um dos equívocos mais antigos. Dr. Rodrigo destaca que cerca de 10 a 15% dos homens inférteis apresentam ausência completa de espermatozoides, enquanto outros enfrentam questões relacionadas à quantidade, motilidade ou estrutura do sêmen. Problemas como disfunção erétil, dificuldades na ejaculação e alterações hormonais também podem impactar a fertilidade.
Mito 2 – A idade do homem não influencia a fertilidade
Embora seja biologicamente possível para alguns homens conceberem filhos até a terceira idade, a qualidade do sêmen declina com o passar dos anos. “A motilidade espermática de homens com mais de 55 anos pode ser até 54% menor em comparação aos mais jovens. Além disso, o risco de alterações no DNA do esperma aumenta, o que pode reduzir as chances de fertilização e elevar o risco de abortos espontâneos”, alerta o especialista.
Mito 3 – O estilo de vida masculino não interfere na fertilidade
Fatores como tabagismo, consumo excessivo de álcool e uma dieta inadequada prejudicam a qualidade do sêmen e podem afetar negativamente até os tratamentos de reprodução assistida. “Por outro lado, manter hábitos saudáveis, como praticar atividade física regularmente, melhora a qualidade do sêmen e aumenta os níveis de testosterona, hormônio essencial para a produção espermática”, recomenda Dr. Rodrigo.
Mito 4 – O peso não afeta a fertilidade do homem
O excesso de peso pode comprometer a contagem e a morfologia dos espermatozoides. “Nos últimos 30 anos, a obesidade masculina triplicou, impactando diretamente a fertilidade. A concentração global de espermatozoides caiu pela metade nesse período, o que é extremamente preocupante”, afirma o especialista, citando dados da Organização Mundial da Saúde.
Mito 5 – Homens sem espermatozoides no sêmen jamais podem ser pais biológicos
A ausência de espermatozoides no sêmen, conhecida como azoospermia, não significa que a paternidade biológica seja impossível. “Com técnicas adequadas de reprodução assistida, como a biópsia testicular, conseguimos encontrar espermatozoides em cerca de 50% dos casos. Esses podem ser utilizados em procedimentos como a fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI)”, explica o médico.
Dr. Rodrigo reforça a importância de buscar avaliação médica especializada para um diagnóstico preciso e orientações adequadas. “Hoje, há muitas alternativas para contornar as dificuldades de fertilidade masculina, mas o primeiro passo é sempre procurar ajuda profissional”, finaliza.
Fonte: Dr. Rodrigo Rosa – especialista em reprodução humana e diretor clínico da Mater Prime, São Paulo.
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