Tesouro IPCA+7% ou prefixado a 14%: qual escolher em 2025?

A recente disparada nas taxas do Tesouro Direto despertou o interesse de milhares de investidores brasileiros. Em especial, duas opções vêm ganhando destaque: o Tesouro IPCA+ com juros reais acima de 7% ao ano e o Tesouro Prefixado, que chegou a oferecer até 14% ao ano. Mas, afinal, qual desses títulos oferece o melhor retorno nos próximos anos?

A resposta depende de mais do que apenas comparar taxas. É preciso entender os riscos, os cenários econômicos e as estratégias que protegem o investidor em diferentes condições de mercado.

O que está acontecendo com o Tesouro Direto?

Desde o início de 2025, o Tesouro Direto registrou recorde de vendas, impulsionado pelas altas taxas oferecidas nos títulos públicos. O Tesouro IPCA+ chegou a pagar IPCA + 8% para o título com vencimento em 2029, enquanto o Tesouro Prefixado ofereceu 14,62% ao ano para vencimento em 2028.

Diante de números tão expressivos, muitos investidores se perguntam: qual título vai gerar maior retorno nos próximos 3 a 5 anos?

Características dos títulos: IPCA+ x Prefixado

Tesouro Prefixado

  • Rentabilidade fixa e transparente desde o início;

  • Ideal para quem acredita na queda da inflação e dos juros;

  • Exemplo: um investimento de R$ 300 mil a 14% ao ano por 3 anos resultaria em R$ 446 mil no vencimento;

  • Risco de mercado elevado se houver resgate antecipado.

Tesouro IPCA+

  • Rentabilidade híbrida: parte fixa + inflação;

  • Protege o poder de compra em cenários de alta inflacionária;

  • Um IPCA+7,7% renderia cerca de 12,7% ao ano com inflação a 5%;

  • Mais indicado para prazos longos e estratégias de preservação de patrimônio.

Simulações de retorno real

Vamos às contas:

Com inflação de 5% ao ano:

  • Tesouro Prefixado:

    • Rentabilidade real líquida: 7,3% ao ano

    • Rendimento bruto: 14%

    • Após IR: 12,66%

  • Tesouro IPCA+:

    • Rentabilidade real líquida: 6% ao ano

    • Rendimento bruto: 12,7%

    • Após IR: 11,33%

Nesse cenário, o Prefixado vence, pois entrega retorno real superior.

E se a inflação disparar para 15%?

  • Tesouro Prefixado:

    • Retorno real negativo: -2% ao ano

  • Tesouro IPCA+:

    • Retorno real ainda positivo: +5,1% ao ano

Ou seja, o Tesouro IPCA+ protege melhor o investidor em ambientes inflacionários.

Cenário intermediário: inflação a 9%

  • Tesouro Prefixado:

    • Retorno real: 3,3% ao ano

  • Tesouro IPCA+:

    • Retorno real: 5,1% ao ano

Mais uma vez, o IPCA+ mostra vantagem em cenários menos previsíveis.

Histórico de retorno: longo prazo favorece o IPCA+

Analisando os índices de referência da renda fixa:

  • IRFM1 (Prefixado):

    • Retorno médio anual (20 anos): 11,8%

    • Acima da inflação: 5,8%

  • IMA-B5 (IPCA+):

    • Retorno médio anual (20 anos): 12,5%

    • Acima da inflação: 6,4%

No longo prazo, o IPCA+ entrega retorno real maior e com menor volatilidade relativa.

Vantagens por prazo: qual escolher?

  • Curto Prazo (3 a 5 anos):

    • Prefixado pode ser mais vantajoso se a inflação ficar sob controle.

  • Longo Prazo (10 a 30 anos):

    • Tesouro IPCA+ é praticamente imbatível.

    • É o único título com vencimentos até 2060, ideal para aposentadoria.

Estratégia ideal: diversificação com alocação estratégica

Segundo especialistas do Clube do Valor, a melhor forma de aproveitar as oportunidades do Tesouro Direto é com uma carteira diversificada, composta por:

  • Tesouro IPCA+: proteção contra alta inflacionária;

  • Tesouro Prefixado: ganho potencial com queda de juros;

  • Tesouro Selic: liquidez e segurança em curto prazo;

  • Complementos como CRIs, LCIs, LCAs e CDBs podem turbinar o retorno com risco controlado.

Essa abordagem não exige que o investidor “adivinhe o futuro”. Pelo contrário: permite se beneficiar de qualquer cenário macroeconômico, com risco diluído e retorno consistente.

Qual título rende mais?

Depende do cenário econômico e do prazo de investimento.

  • Se você busca previsibilidade em um horizonte curto, o prefixado pode entregar mais — desde que a inflação fique sob controle.

  • Se sua meta é preservar o poder de compra e proteger-se de oscilações macroeconômicas, o Tesouro IPCA+ é mais seguro.

O segredo está em não apostar tudo em um único cenário, e sim em montar uma carteira sólida, com prazos variados e títulos complementares. Assim, você garante rendimento competitivo sem abrir mão da segurança.

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