Banco do Brasil decepciona no 1T25 e acende alerta sobre queda nos dividendos

Os resultados do primeiro trimestre de 2025 não agradaram o mercado. O Banco do Brasil (BBAS3), conhecido por sua solidez e generosa política de dividendos, sofreu uma queda expressiva de mais de 12% em um único dia após a divulgação de seu balanço. A frustração se refletiu não apenas na cotação das ações, mas também nas projeções de distribuição de proventos para este ano.

A XP Investimentos chegou a rebaixar sua recomendação para os papéis do banco, alertando que o cenário pode “piorar antes de melhorar”. A principal preocupação envolve o aumento da inadimplência no setor agropecuário, que impactou fortemente as receitas e os lucros da instituição, além de efeitos negativos provocados pela Resolução 4.966, que afetou a rentabilidade de diversas operações de crédito.

Dividendos em queda: comparação com 2024 expõe deterioração

Em junho de 2025, o Banco do Brasil realizará dois pagamentos de dividendos aos acionistas:

  • R$ 0,09 por ação (antecipação do 2T25)

  • R$ 0,33 por ação (complementar do 1T25)

No total, os acionistas receberão R$ 0,42 por ação. No mesmo período de 2024, o valor distribuído somava R$ 0,67 por ação — uma queda de 37% na comparação ano a ano.

Apesar dessa queda pontual, o acumulado de dividendos pagos até agora em 2025 (incluindo os valores distribuídos em março) soma cerca de R$ 1,10 a R$ 1,15 por ação, contra R$ 2,60 no total de 2024 — ano recorde para o banco.

O que esperar até o fim de 2025?

Para alcançar os valores de 2024, o Banco do Brasil ainda precisaria distribuir cerca de R$ 1,50 por ação nos próximos trimestres. Isso exigiria uma repetição de performance semelhante à do segundo semestre do ano passado, quando o banco distribuiu aproximadamente R$ 1,30 nesse período.

Porém, diante do atual cenário de pressão sobre o lucro líquido, especialmente com inadimplência elevada e receitas pressionadas, alcançar essa meta se torna cada vez mais desafiador. Ainda que o banco mantenha sua política de payout entre 40% e 45%, a base de lucro menor pode reduzir significativamente o valor nominal dos dividendos.

Histórico de resiliência x novo ciclo de incertezas

O Banco do Brasil tem um histórico de superação de crises. Entre 2015 e 2019, o papel chegou a multiplicar por seis com reinvestimento de dividendos. Após a pandemia, também entregou boa recuperação.

Contudo, analistas apontam que, apesar da performance sólida no passado, a rentabilidade das ações do banco nos últimos 30 anos ficou abaixo do CDI. Isso reforça a importância de avaliar o momento certo de entrada — principalmente em períodos de instabilidade como o atual.

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