A taxa Selic atingiu 14,75% ao ano, o maior patamar em duas décadas. Com isso, muitos investidores têm migrado para a renda fixa, seduzidos pela promessa de retornos elevados com aparente segurança. Mas o que poucos percebem é que essa taxa é bruta e sujeita ao imposto de renda — o que reduz consideravelmente o ganho real.
Neste cenário, alguns fundos imobiliários (FIIs) vêm se destacando por entregar rendimentos acima da Selic líquida, com o diferencial de isenção de IR para pessoas físicas. Neste conteúdo, você vai conhecer quatro FIIs que estão rendendo mais do que 12,54% ao ano líquidos — superando com folga a renda fixa tradicional.
Entenda o impacto do IR na renda fixa
Antes de mergulharmos nos fundos, é essencial entender que, ao investir em títulos como CDBs, LCIs ou Tesouro Direto, o investidor arca com alíquotas regressivas de IR, que vão de 22,5% até 15%, dependendo do prazo de aplicação.
Por exemplo, se você aplicar em um ativo que rende exatamente 14,75% ao ano (igual à Selic), o melhor cenário — após dois anos — entrega uma rentabilidade líquida de 12,54%, considerando a alíquota mínima de 15%.
É aí que entram os FIIs isentos de IR, que oferecem retornos líquidos superiores e com pagamentos mensais.
1. VGHF11 – fundo multiestratégia da Valora
O VGHF11 é um fundo híbrido, também chamado de hedge fund imobiliário, que mistura investimentos em CRIs, FIIs, ações do setor imobiliário e SPEs. Seu mandato amplo permite à gestão alocar o capital onde há maior oportunidade.
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Dividend yield anual: 14,06%
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Dividend yield mensal: 1,16%
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Patrimônio líquido: R$ 1,4 bilhão
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Cotistas: Quase 400 mil
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Desconto atual: Negociado 10% abaixo do valor patrimonial
A carteira do fundo é equilibrada entre CDI (48%) e IPCA (52%), protegendo o investidor contra inflação e Selic alta. Com ampla diversificação e boa liquidez, o VGHF11 é uma das opções mais robustas do mercado para quem busca renda isenta e consistente.
2. RECR11 – fundo de recebíveis da RBR Asset
Especializado em CRIs indexados à inflação, o RECR11 se beneficia diretamente do IPCA elevado. A forte correlação com a alta inflacionária explica os dividendos generosos nos últimos meses.
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Dividend yield anual: 13,65%
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Último rendimento mensal: 1,36%
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Cotistas: Cerca de 167 mil
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Patrimônio líquido: R$ 2,3 bilhões
Mais de 90% da carteira está alocada em dívidas imobiliárias corrigidas pelo IPCA, e o fundo tem um imóvel adquirido via execução de garantia. Mesmo com essa exceção, o foco da estratégia continua nas dívidas. O fundo também exibe taxa média de IPCA + 8,67%, entregando proteção e alto retorno.
3. RZTR11 – fundo agro da Riza
Voltado ao agronegócio, o RZTR11 atua com uma estrutura diferenciada: compra de terras com arrendamento e opção de recompra por parte dos produtores. Nos últimos meses, intensificou a estratégia de land equity, comprando propriedades subavaliadas, reformando e revendendo com lucros expressivos.
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Dividend yield anual: 12,85%
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Rendimento mensal médio: 1,05%
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Cotistas: Aproximadamente 140 mil
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Patrimônio líquido: R$ 1,8 bilhão
As operações são majoritariamente pré-fixadas, com taxas médias de retorno acima de 15% ao ano, chegando a até 21% em alguns casos. Isso garante previsibilidade, estabilidade e um dividendo acima da média, mesmo com a valorização recente das cotas.
4. VGIR11 – fundo de papel focado em CDI
O VGIR11 é um fundo de CRIs 100% atrelado ao CDI, o que o torna altamente atrativo em um cenário de Selic elevada. Como o CDI anda praticamente colado à Selic, a rentabilidade tende a se manter entre as melhores do mercado.
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Dividend yield anual: 13,31%
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Último rendimento mensal: 1,26%
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Cotistas: Mais de 248 mil
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Patrimônio líquido: R$ 1,4 bilhão
O portfólio é composto integralmente por dívidas pulverizadas do setor residencial, com taxa média de CDI + 4,95%. A pulverização reduz o risco de inadimplência e o fundo tem mantido excelente histórico de pagamentos mesmo em cenários adversos.
Por que esses fundos superam a Selic?
A chave está em três fatores:
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Isenção de IR: Enquanto a renda fixa sofre com tributação, os FIIs entregam o rendimento total ao cotista.
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Índices de correção: Fundos atrelados ao IPCA ou CDI se ajustam automaticamente à alta da inflação ou juros.
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Gestão ativa e estratégica: Fundos com mandato flexível (como o VGHF11 e RZTR11) aproveitam oportunidades táticas, otimizando a rentabilidade.
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