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“O São João é uma festa que tem uma característica muito grande da nossa identidade cultural. A cultura nordestina tem um espaço de muito protagonismo e as pessoas esperam muito por isso. Mas nós sabemos também que os festejos juninos cada vez mais ganham mais adeptos, ganham mais dias de festas, e as pessoas têm procurado também mais diversidade musical”, disse Bruno ao ser questionado pelo Portal A TARDE nesta quarta-feira, 4, durante a assinatura de convênios com organizações da sociedade civil selecionadas pelo edital do Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad).O gestor pontuou que a cultura é democrática, mas é importante não descaracterizar a tradição. “Ao mesmo tempo que nós devemos pensar em formas de abrir espaços para outros ritmos, contemplando a diversidade pública, a gente não pode nunca descaracterizar uma tradição como são os festejos juninos, que tem o forró, que tem o trio nordestino e tem as quadrilhas juninas como uma marca tão importante”, ressaltou.Para o secretário, a cultura é sempre algo em construção, “nunca é um processo fechado”.
Eu jamais vou defender qualquer tipo de restrição. Sempre cabe formas de acolhermos mais, mas nunca descaracterizando um festejo que é tão tradicional e tão caro para a nossa cultura como é o festejo junino. Acho que a gente sempre deve buscar o equilíbrio.
Bruno Monteiro – secretário de Cultura da Bahia
Bruno Monteiro, secretário de Cultura da Bahia
| Foto: Flávia Requião | Ag. A TARDE
Forró vai virar Patrimônio Cultural da Humanidade?Na ocasião, Bruno Monteiro citou a discussão sobre o forró se tornar um Patrimônio Cultural da Humanidade. O chefe da pasta contou que se reuniu com o cantor Del Feliz e com o Fórum Baiano de Forró recentemente para tratar do assunto.“Nós já tivemos reuniões com o Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional], haverá reuniões com a Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura] em Paris, em que os secretários do nordeste participarão”, revelou.Monteiro destacou que estão sendo buscadas formas de valorizar o forró. “Eu não quero nunca trabalhar de uma forma de exclusão, que para uma crescer a outra tem que reduzir. Eu quero buscar a forma sempre de nós valorizarmos uma identidade cultural como é o forró. Ele tem o seu espaço, ele tem o seu público e ele merece ser valorizado porque faz parte da construção essencial da nossa identidade”, enfatizou.De acordo com o secretário, existe um diálogo com as prefeituras para que sejam feitas contratações que valorizem a cultura do forró. Por fim, ele destacou que a expectativa é que sejam injetados R$ 2 bilhões na economia baiana. “É o poder da cultura de gerar emprego, renda e desenvolvimento”, finalizou. Ranking das contrataçõesO ranking das atrações mais contratadas dos festejos juninos de 2025, segundo o Painel do MPBA, é liderado pela banda Toque Dez, que vai fazer 39 shows e vai faturar R$ 11,2 milhões. Na sequência vem: Tayrone, com 23 shows (R$ 6,5 milhões); e Devinho Novaes, com 22 apresentações (R$ 4,5 milhões).Veja o Top 10 e o faturamento:Toque Dez – 39 (R$ 11,2 milhões)Tayrone – 23 (R$ 6,5 milhões)Devinho Novaes – 22 (R$ 4,5 milhões)Batista Lima – 19 (R$ 3,4 mil)Silfarley – 19 (R$ 3,5 milhões)Mastruz com Leite – 17 (R$ 3,8 milhões)Unha Pintada – 17 (R$ 5,6 milhões)Natanzinho Lima – 16 (R$ 9 milhões)Thiago Aquino – 16 (R$ 4,4 milhões)Calcinha Preta – 14 (R$ 6,8 milhões)Cenário que se repeteEm 2024, o cenário foi parecido — porém mais equilibrado —, com Toque Dez em primeiro lugar, com 44 shows na Bahia e faturamento de R$ 7 milhões. Ou seja, a banda aumentou o lucro em R$ 4,2 milhões em um ano.Devinho Novaes ficou em segundo, com 39 apresentações. Logo depois veio: Heitor Costa (34), Mastruz com Leite (29), Tayrone (29), Iguinho e Lulinha (28), Calcinha Preta (25), Tarcisio do Acordeon (24), Vitor Fernandes (23) e Pablo (22).Ou seja, cinco de arrocha e cinco de forró.