Inteligência Artificial como chef de cozinha? Restaurante cria menu com IA

Quem navega por aplicativos de delivery já deve ter se deparado com fotos de pratos gerados por inteligência artificial. As imagens que viralizaram nas redes sociais, vão virar reais, isso porque um restaurante em que o chef é, realmente, IA, chamado Next passará a operar o serviço em Chicago.Durante quatro meses ainda no próximo ano, o restaurante servirá um menu com nove pratos elaborados por nove chefes diferentes. Um deles é uma mulher de Wisconsin chamada Jill, que aparentemente tem o currículo perfeito. Ela foi treinada por um dos melhores cozinheiros do mundo, o espanhol Ferran Adrià, pelo mestre de sushi Jiro Ono e pelo chef francês de alta gastronomia Auguste Escoffier.Acontece que o chef francês, Auguste Escoffier morreu em 1935, por isso a chef treinada por ele foi inventada pelo ChatGPT e será uma das responsáveis por um dos nove pratos a serem servidos no Next.Quem criou a chef de IA?A chef Jill surgiu durante uma conversa de Grant Achatz, chef e proprietário da Next, com o ChatGPT. Ele forneceu ao chatbot informações sobre ela, seu histórico familiar e profissional (tudo inventado), e pediu que a inteligência artificial montasse pratos que refletissem suas influências.E não foi apenas “Jill”, o chef Grant Achatz fez isso mais oito vezes. Portanto, cada um dos nove pratos de nove chefs diferentes são, na verdade, chefs inventados pela inteligência artificial.O resultado é um menu inteiro gerado por IA. De acordo com o proprietário, em entrevista ao The New York Times, a tecnologia fará o máximo possível, só não vai cozinhar, de fato.

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O que outros chefs acham disso?Segundo os chefs e donos de restaurantes entrevistados pelo NYT, a IA ainda tem pouco uso nas cozinhas profissionais. Muitos já usam a tecnologia para ajudar na logística de abastecimento, no monitoramento de estoques e na organização da rotina do restaurante. Mas não para montar pratos.A chef francesa Dominique Crenn, a única mulher com três estrelas Michelin nos Estados Unidos, com seu restaurante Atelier Crenn, defendeu que cozinhar é uma experiência humana, não algo que possa ser replicado por uma máquina. Em e-mail ao jornal estadunidense, ela revelou que não tem nenhuma intenção de usar a tecnologia para montar seus cardápios.Todos os chefs entrevistados pela reportagem disseram que não confiam completamente em nada do que a IA recomenda. Eles não seguem as receitas à risca, mas também revelaram que não confiam nos livros de receitas ou em sites.Já alguns defendem o uso limitado da inteligência artificial. Jenner Tomaska, chef da churrascaria Alston, em Chicago, revelou que consulta o ChatGPT para obter ideias que consigam tirá-lo do lugar-comum. Apesar das sugestões serem básicas no início, ele conseguiu aprofundar a conversa e melhorar seus pratos, só pelo estímulo criativo.Inteligência artificial tem outras aplicações em restaurantesAlguns chefs estão usando IA de jeitos diferentes:Ned Baldwin, do restaurante Houseman, em Manhattan, revelou que faz perguntas técnicas ao ChatGPT sobre a origem e detalhes de fabricação de seus ingredientes;Como resposta, ele aprendeu mais sobre os benefícios de alguns ingredientes e até conseguiu se aprofundar nas reações químicas que acontecem entre eles;Para ele, os chefs do ramo não falam muito sobre essas ‘dúvidas’. Com o ChatGPT, é possível obter ajuda sem julgamentos.Já outros profissionais estão usando IAs de geração de imagens para ter ideias de empratamento e até de como montar o visual de seus restaurantes.

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