Com o avanço do mercado e a expectativa de queda nos juros, as corretoras já atualizaram suas carteiras recomendadas de dividendos para junho. A principal mudança foi a saída de gigantes como Banco do Brasil (BBAS3) e Vivo (VIVT3), que deram lugar a novas protagonistas — com destaque absoluto para a Petrobras (PETR4), líder isolada em número de indicações.
Mas o que explica essa mudança? E será que seguir essas recomendações faz sentido para quem tem uma estratégia de longo prazo? Entenda os principais destaques do mês e por que nem sempre o “melhor dividendo do momento” deve ser o único critério para investir.
Petrobras lidera entre as ações mais recomendadas para dividendos
A Petrobras (PETR4) recebeu 8 indicações de diferentes corretoras, consolidando-se como a favorita para quem busca renda passiva em junho. Mesmo em um cenário de petróleo em queda, os analistas estimam um dividend yield próximo de 10% ao ano, caso a commodity permaneça na faixa dos US$ 65.
O pagamento robusto de dividendos é sustentado pelo forte fluxo de caixa da estatal, mesmo com incertezas políticas e revisões na política de distribuição. Ainda assim, muitos investidores mantêm cautela, principalmente diante de mudanças estratégicas recentes.
Banco do Brasil deixa a carteira de dividendos — Mas é o fim da linha?
A saída do Banco do Brasil (BBAS3) do radar das corretoras surpreendeu. Em maio, a ação era destaque entre as recomendações, mas perdeu espaço diante de um cenário menos favorável para lucros e distribuição no curto prazo.
No entanto, isso não significa que a empresa deixou de ser atrativa. Pelo contrário: muitos analistas apontam que o dividendo de 2025 deve ser menor que nos dois últimos anos, mas ainda assim competitivo. Para investidores previdenciários, BBAS3 continua sendo uma opção sólida e resiliente — mesmo que menos chamativa no curto prazo.
Caixa Seguridade, Itaú e Copel ganham espaço entre os destaques
Outras empresas que apareceram com força nas carteiras recomendadas incluem:
Caixa Seguridade (CXSE3)
Com bons resultados e uma política de dividendos agressiva, a empresa está no radar de diversos investidores. Apesar de menor destaque em relação à BB Seguridade, a rentabilidade próxima de 9% ao ano torna a ação uma opção viável para quem busca previsibilidade.
Itaú Unibanco (ITUB4)
Mesmo sendo uma ação tradicionalmente mais “cara” em termos de múltiplos, o Itaú aparece entre as mais indicadas por entregar crescimento consistente e uma rentabilidade por dividendo estimada também próxima de 9% em 2025.
Copel (CPLE6)
A companhia elétrica se destaca pela nova política de dividendos, que impulsionou suas ações no início de 2025. Apesar da valorização recente, ainda está no radar de muitos investidores que aguardam os próximos resultados para reavaliar o preço teto da ação com base nas projeções atualizadas.
E a Direcional? Dividendo alto, mas estratégia duvidosa
A Direcional (DIRR3) também apareceu entre as recomendações devido ao alto dividendo dos últimos 12 meses. No entanto, a empresa levanta dúvidas em relação à consistência de sua performance. A inclusão em carteiras de dividendos parece mais ligada ao momento atual do que à sustentabilidade de longo prazo.
Essa prática, conhecida como “giro de carteira em busca de yield”, pode ser prejudicial para investidores que buscam acumular patrimônio com base em fundamentos sólidos.
Dividendos: a consequência, não o objetivo
Uma mensagem recorrente entre os especialistas é clara: o dividendo deve ser encarado como uma consequência de uma boa gestão empresarial — e não o motivo isolado para investir. Empresas que pagam dividendos consistentes ao longo do tempo costumam apresentar:
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Margens saudáveis
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Crescimento sustentável
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Geração de caixa robusta
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Boa rentabilidade sobre o capital
Assim, montar uma carteira baseada apenas no maior yield do momento pode levar a decisões impulsivas, como vender ações lucrativas por outras menos consistentes.
Estratégia: manter no radar, não necessariamente comprar agora
Muitos investidores experientes usam as recomendações mensais das corretoras como ponto de partida para análise, e não como um guia definitivo de compra. A ideia é acompanhar essas ações de perto, analisar os fundamentos e, quando houver margem de segurança, fazer uma entrada estratégica.
Plataformas com gráficos, dados e planilhas ajudam nesse processo — inclusive simulando preços teto e projeções de dividend yield para diferentes cenários.
As recomendações de dividendos para junho reforçam a importância de combinar dados de mercado com estratégia pessoal. Petrobras lidera o ranking, mas outras ações como Copel, Caixa Seguridade e Itaú também mostram potencial de retorno interessante.
Por outro lado, a retirada de Banco do Brasil mostra como o mercado pode agir de forma reativa — o que nem sempre é o melhor para quem investe pensando no longo prazo.
O essencial é entender que o dividendo é um reflexo da saúde financeira da empresa. Investir com base nesse princípio é o que diferencia o investidor oportunista do investidor previdenciário.
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