Alunas denunciam venda de nudes criados por IA em escola privada de BH

A Polícia Civil de Minas Gerais apura a circulação de imagens íntimas geradas por inteligênca artificial de estudantes do Colégio Santa Maria em Belo Horizonte. A história ganhou repercussão quando a influenciadora digital Ive Moreira usou as redes sociais, nessa terça-feira (3), para denunciar a situação. Em nota, a escola informou que aplica “medidas pedagógicas” para tentar conter a situação.

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Ao BHAZ, Ive, de 21 anos, explica que soube do problema por causa do irmão mais novo, que é ex-aluno da escola. Segundo a jovem, as vítimas sofrem com a exposição há cerca de dois anos, quando fotos reais das meninas vazaram em aplicativos de conversa.

Desde então, alunos teriam utilizado outras fotos das garotas, publicadas em perfis públicos de redes sociais, para produzir material pornográfico usando inteligência artificial. O conteúdo estaria sendo vendido pelos responsáveis.

Até o momento, pelo menos 20 meninas, com idades entre 13 e 17 anos, teriam sido vítimas do compartilhamento das imagens, que seriam espalhadas por meio da internet. O caso foi registrado em duas unidades do colégio.

“Começaram a compartilhar em um gupo aberto, que basta você ter o link para entrar. Daí a gente não tem noção de quem pode estar tendo acesso às fotos dessas meninas”, diz.

Ainda conforme a influenciadora, as famílias das meninas se uniram para buscar a polícia e denunciar o crime cibernético nesta semana. Em nota, a Polícia Civil informou que “atua para levantar as informações do caso e orienta as vítimas a comparecer na Delegacia Especializada de Apuração de Ato Infracional em Belo Horizonte para registrar o fato”.

Com a repercussão das fotos, a vida estudantil das vítimas foi prejudicada, com episódios de bullying e assédio frequentes: “Hoje em dia essas meninas estão coagidas na escola, são feitas de chacota. Esses meninos riem delas no corredor, andam atrás delas. Essas meninas tiveram que apagar as fotos delas no instagram, porque eles pegam uma foto delas de roupa e transformam em uma foto delas sem roupa”, comenta Ive.

“Elas estão com medo de ir para a escola, estão planejando não ir o restante da semana. Os alunos estão pressionando muito elas dentro da escola. Os alunos estão pressionando muito elas dentro da escola e a direção e a coordenação não estão fazendo nada sobre isso. Elas não conseguem ir ao banheiro, não são respeitadas dentro de sala”.

Vítimas denunciam omissão de escola

Ainda conforme o relato, mesmo com as famílias procurando a administração, o colégio não teria tomado providências para sancionar os alunos envolvidos no compartilhamento das imagens.

“A escola não está ajudando as famílias, não está ajudando as meninas. A coordenação não está atendendo. Hoje os pais tentaram ir lá e a coordenadora disse que não atenderia, que só atenderia um pai que tinha horário marcado”, afirma.

“Os meninos são completamente sem noção e a escola não faz questão de passar essa noção para eles nem por um segundo. Os meninos estão livres na escola e nada está acontecendo”.

Já o Colégio Santa Maria, em nota, disse que escutou o suposto autor, aplicando “medidas disciplinares conforme o Regimento da Instituição”. 

Nota do Colégio Santa Maria na íntegra

“O Colégio Santa Maria Minas desenvolve sistematicamente atividades educativas voltadas ao uso ético e responsável da tecnologia, contemplando medidas de prevenção e combate das diversas formas de violência que ameaçam crianças e adolescentes, no mundo concreto e no ambiente digital.

Diante das denúncias, a instituição já adota medidas pedagógicas e jurídicas: 

  1. Acolhida e escuta das vítimas e de seus familiares. 
  2. Convocação e escuta do suposto autor e seus familiares. 
  3. Aplicação de medidas disciplinares conforme o Regimento da Instituição. 
  4. Intensificação de atividades formativas nas turmas do ensino médio sobre bullying e suas consequências jurídicas. 
  5. O Conselho Tutelar, Ministério Público e Delegacia de Crimes Cibernéticos serão comunicados sobre o ocorrido.

O Colégio Santa Maria Minas lamenta o ocorrido e reafirma seu compromisso com a promoção de um ambiente escolar seguro, acolhedor e pautado pelo respeito mútuo. Todas as providências estão sendo tomadas com responsabilidade e transparência, em consonância com os valores institucionais e a legislação vigente. A instituição permanece à disposição das autoridades competentes e das famílias envolvidas para esclarecimentos e encaminhamentos necessários.”

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