Na hora de investir, muitos acionistas se perguntam: é melhor priorizar ações abaixo do preço teto ou empresas que vão pagar dividendos em breve? A resposta, segundo especialistas, depende da estratégia individual e do momento da Bolsa.
A recomendação é clara: o preço teto deve vir sempre em primeiro lugar. Afinal, ele representa uma margem de segurança na hora de comprar ações de qualidade. No entanto, quando é possível unir preço atrativo com expectativa de dividendos no curto prazo, o ganho pode ser acelerado. A tática permite aumentar a renda passiva com reaplicação rápida dos proventos.
Contudo, o alerta é importante: não se deve investir apenas pelo pagamento de dividendos. A empresa precisa estar alinhada à sua estratégia, apresentar fundamentos sólidos e ser adquirida por um valor justo.
Copasa está no radar: oportunidade ou momento de espera?
A Copasa (CSMG3) está em uma faixa considerada neutra: nem cara o suficiente para vender, nem barata o bastante para novos aportes. Apesar de estar próxima do preço teto de alguns analistas, o histórico da empresa mostra que quedas de 20% a 25% ocorrem com frequência mesmo após balanços positivos.
Do ponto de vista operacional, a Copasa tem apresentado avanços consistentes. O índice de perdas na distribuição de água melhorou desde 2020, a inadimplência caiu para 2,8% (menor nível desde 2016) e a eficiência operacional aumentou, com redução de funcionários e crescimento das ligações.
Por outro lado, a empresa deverá aumentar significativamente seus investimentos — R$ 2,5 bilhões em 2025 e mais de R$ 3 bilhões por ano nos anos seguintes — para alcançar metas de saneamento. Isso tende a elevar sua alavancagem, podendo atingir 3,3x até 2029, mesmo mantendo um payout de 50%.
A boa notícia é que esses investimentos serão reconhecidos anualmente pela base de ativos regulatórios, o que poderá fortalecer a receita da companhia, especialmente a partir das revisões tarifárias previstas para 2026 e 2029.
Atualmente, o P/VPA da Copasa é de 1,08, com valor patrimonial por ação em R$ 21,82 — o que indica que a ação precisaria recuar cerca de 8% para ser considerada “abaixo do patrimônio”.
Empresas que pagam dividendos trimestrais fora dos setores tradicionais
Para quem busca fluxo de caixa frequente sem depender de estatais, bancos, seguradoras ou elétricas, há boas opções no mercado:
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B3SA3 – pagamentos em março, junho, setembro e dezembro
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BR Partners (BRBI11) – distribuição trimestral
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Ferbasa (FESA4) – recorrência nos trimestres de junho, setembro e dezembro
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Grendene (GRND3) – tradição de proventos há mais de 20 anos
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Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e Gerdau (GGBR4) – repasse de 30% do lucro
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Klabin (KLBN11) e Irani (RANI3) – até cinco distribuições por ano
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Marcopolo (POMO4), Shopee (SHUL4), TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) – distribuição regular
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Vicar (VIVA3) e Allos (ALOS3) – pagamentos mensais
Essas empresas contribuem para um fluxo de renda passiva previsível, o famoso “pingar constante” na conta dos investidores.
O que é e como usar o indicador de liquidez corrente?
O indicador de liquidez corrente é uma métrica fundamentalista que avalia a capacidade de uma empresa honrar suas dívidas de curto prazo. Ele é calculado pela divisão entre o ativo circulante e o passivo circulante.
Um índice acima de 1,0 indica que a empresa tem mais recursos imediatos do que obrigações no curto prazo. Por exemplo:
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Irani (RANI3): liquidez corrente de 3,51 – forte caixa e baixa exigibilidade
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Copasa (CSMG3): liquidez corrente de 1,22 – típica de empresas reguladas com receitas previsíveis
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Oi (OIBR3): 0,70 – abaixo do ideal, sinalizando dificuldade de honrar dívidas
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Azul (AZUL4): 0,35 – situação crítica de liquidez
Esse indicador é especialmente útil para evitar empresas em situação financeira delicada e identificar aquelas com capacidade de enfrentar turbulências sem recorrer a novos empréstimos.
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