Programação voltada à cultura do hip-hop promove oficinas de comunicação e ativismo na Usina da Paz do Guamá


Aberta ao público, a programação da Copa Paraense de Rimas será ministrada por artistas, comunicadores e mestres da palavra de 9 a 11 de junho. Usina da Paz, no Guamá, em Belém
Reprodução / Agência Pará
Antes do palco, a base. Antes da batalha, o saber compartilhado. A Copa Paraense de Rimas, que já se firmou como o maior movimento competitivo de freestyle rap do estado, abre espaço para um momento igualmente potente: sua programação formativa gratuita, o Laboratório de Rima e Resistência. De 9 a 11 de junho, na Usina da Paz do Guamá, Belém recebe uma série de oficinas abertas que propõem um mergulho coletivo na cultura hip-hop amazônida — com trocas de saberes que partem das ruas e retornam para elas.
A formação não é um detalhe complementar, mas sim um pilar do projeto, destaca Daniel ADR, idealizador do projeto. Nascida da urgência de fortalecer quem sustenta o corre diário nas periferias, a programação busca empoderar artistas, comunicadores e jovens da Amazônia com ferramentas práticas, inspiração e consciência crítica.
“São vivências conduzidas por nomes que pensam e vivem a cultura desde dentro — mulheres negras, artistas da palavra, comunicadores de quebrada — e que entendem a arte como espaço de autonomia e transformação”, destaca ADR, um dos prodígios do rap na Amazônia.
Este projeto conta com incentivo da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), por meio do Programa Rouanet Norte, patrocínio do Banco do Brasil, parceria do Banco da Amazônia, Caixa e Correios, e realização do Ministério da Cultura e Governo Federal.
Batalha de rimas: poética, resistência e cultura na periferia
Gerson Rocha
Batalha de rimas
A Copa Paraense de Rimas percorre 16 municípios do estado em seletivas que culminam em uma grande final em Belém, no dia 23 de agosto: as seletivas ocorrem nas cidades de Soure, Ananindeua, Capanema/Bragança, Santarém, Itupiranga, Marabá, Parauapebas, Aveiro, Altamira, Tucuruí, Conceição do Araguaia, Breves, Castanhal, Paragominas, Barcarena e Belém.
Além das batalhas e formações, o festival contará com shows de artistas locais e nacionais, e toda a jornada será registrada em um média-metragem documental, mostrando a força da cultura hip-hop como ferramenta de impacto social e ambiental em pleno ano da COP30.
“A Batalha de São Brás, berço desse movimento, agora se desdobra em um campeonato estadual inédito. Mas a essência permanece: é na rima, na escuta e na formação que começa a revolução”, destaca Daniel ADR.
Programação gratuita:
Local: Usina da Paz do Guamá (Auditório – Sala Multiuso)
Datas: 09, 10 e 11 de junho
Horário: A partir das 18h (exceto oficina do dia 11 às 16h)
Acesso livre: Sujeito à lotação da sala. Acesse o perfil do projeto para participar.
Oficinas:
9/06 – 18h
Na Palma da Mão – Conteúdo mobile com Tainá Barral
Como transformar o celular em ferramenta de criação, denúncia e expressão.
10/06 – 18h
Psica e Psiquentes – Comunicação de quebrada com Gustavo Aguiar
A linguagem das ruas, pensada e praticada a partir das margens.
11/06 – 16h
Palavra Armada – Poesia falada com Moraes MV
A força do verbo como resistência e criação poética.
11/06 – 18h
Fala de Mina – Empoderamento feminino no hip-hop com Bruna BG e Suzan Sousa
Reflexões e provocações sobre o lugar das minas na cena e na vida.
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