A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou nesta terça-feira, 4, que pode pedir asilo político aos Estados Unidos. A parlamentar está no país desde maio e avalia não mais seguir com o plano de se mudar para a Itália.
“Talvez fique aqui nos EUA mesmo”, disse Zambelli à CNN. Ela é investigada e foi condenada a 10 anos de prisão por porte ilegal de arma e participação em ataque hacker ao sistema do Judiciário brasileiro.
A mudança de planos ocorre após a constatação de que a cidadania italiana não garantiria proteção contra uma eventual extradição. A Itália já extraditou para o Brasil cidadãos com dupla nacionalidade, como o banqueiro Salvatore Cacciola, em 2008, e o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, em 2015.
Zambelli pretendia usar sua dupla cidadania para evitar o cumprimento da pena no Brasil. No entanto, o tratado bilateral de extradição entre Brasil e Itália, em vigor desde 1989, não impede o envio de cidadãos ítalo-brasileiros de volta ao território nacional.
A situação se agravou nesta quarta-feira, 5, quando parlamentares italianos começaram a cobrar um posicionamento do governo local. Angelo Bonelli, líder do Movimento Europa Verde, pediu esclarecimentos aos ministros da Justiça, Relações Exteriores e Interior.
Diante da pressão na Itália, os Estados Unidos surgem como opção mais viável para a deputada. Especialistas apontam que o tratado de extradição entre Brasil e EUA é mais restritivo, aceitando pedidos apenas para crimes específicos e com revisão judicial detalhada.
Como os crimes pelos quais Zambelli foi condenada – porte ilegal de arma e hackeamento – não estão previstos no tratado, ela acredita ter melhores chances de evitar a extradição.
Além disso, a afinidade ideológica com o ex-presidente Donald Trump e a proximidade com o deputado Eduardo Bolsonaro fortalecem a intenção da deputada de permanecer nos Estados Unidos.
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