O movimento positivo que marcou o início do pregão desta quinta-feira se dissipou no período da tarde, e o Ibovespa encerrou em queda de 0,4%, aos 137.001 pontos. O giro virou depois que as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) recuaram, acompanhando a baixa de cerca de 1% no preço do petróleo no mercado internacional, e diante da falta de detalhes sobre o pacote econômico que deverá substituir o IOF.
A abertura no azul foi impulsionada por uma pesquisa Quaest que apontou recorde de desaprovação do governo Lula, leitura que o mercado interpretou como pressão adicional por ajustes fiscais. Contudo, o otimismo arrefeceu quando investidores passaram a precificar os riscos de curto prazo ligados à arrecadação e à trajetória da dívida pública.
“Sem clareza sobre como o governo compensará a perda de receita do IOF, o mercado adota postura defensiva; qualquer ruído faz preço”, resumiu o analista Pablo Spyer durante participação no programa Fechamento Touro de Ouro.
No exterior, as bolsas de Nova York subiram após o relatório ADP mostrar criação de empregos abaixo do esperado no setor privado dos Estados Unidos, reforçando apostas de corte de juros pelo Federal Reserve. O alívio externo, porém, não foi suficiente para sustentar o índice brasileiro frente às pressões domésticas.
O dólar comercial oscilou bastante: chegou a recuar para R$ 5,61 pela manhã, mas zerou ganhos e acabou estável em R$ 5,64 no fechamento. Operadores citaram fluxo de saída de recursos e preocupação com o quadro fiscal como justificativas para a recomposição da moeda.
Entre as blue chips, além de Petrobras, Vale (VALE3) e grandes bancos também cederam, pesando no índice. Na ponta oposta, companhias expostas ao mercado interno, como varejistas e empresas de consumo, conseguiram sustentar leves altas, mas sem força para reverter o sinal negativo do benchmark.
Para esta sexta-feira (6), a atenção se volta à divulgação do Payroll nos EUA e a qualquer avanço em Brasília sobre a nova estrutura tributária. Segundo analistas, a volatilidade deve permanecer elevada até que o cenário fiscal fique mais claro e o preço do petróleo mostre direção consistente.
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