O presidente Donald Trump reacendeu tensões comerciais ao anunciar uma isenção temporária sobre tarifas de importação para produtos eletrônicos, como semicondutores e equipamentos médicos. No entanto, o alívio pode ser passageiro. Segundo o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, o governo já estuda a imposição de tarifas específicas para esses mesmos itens nos próximos meses uma mudança que pode afetar diretamente a cadeia de suprimentos global.
Apesar da retirada momentânea das tarifas, Lutnick afirmou em entrevista recente que a equipe econômica está preparando novas regras para produtos considerados críticos à segurança nacional americana, incluindo medicamentos, chips, televisores e componentes de videogames. “Assim que forem anunciadas, essas tarifas serão inegociáveis”, declarou.
A decisão revela uma contradição na estratégia de Trump: enquanto tenta atrair indústrias para produzir em solo americano, cria um ambiente de instabilidade jurídica e comercial.
A própria Casa Branca reconheceu que ainda não possui dados consolidados sobre o real impacto da importação desses produtos na economia e na segurança nacional, e pretende realizar estudos antes de aplicar novas tarifas o que indica que as decisões estão sendo tomadas sem embasamento técnico consistente.
A crítica mais contundente recai sobre a inabilidade da equipe de Trump em lidar com as próprias regras. “Eles estão escrevendo as regras e ainda assim se embananam com elas”, ironizou Monteiro, ressaltando que o vai e vem de decisões pode frustrar o objetivo principal da política: a reindustrialização dos Estados Unidos.
Diante desse cenário de incerteza, grandes empresas de tecnologia hesitam em fazer novos investimentos no país. Para setores que exigem infraestrutura complexa e capital intensivo, como o de semicondutores, a previsibilidade é fator essencial e isso parece cada vez mais distante sob o atual discurso protecionista da equipe de Trump.
Agora, resta saber se as promessas de novas tarifas vão realmente se concretizar e como o mercado global responderá a mais um capítulo da guerra comercial iniciada durante o primeiro mandato do presidente.
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