A promessa de segurança e bons rendimentos é sedutora. Mas, muitas vezes, os investimentos mais populares são justamente os que mais corroem o patrimônio do investidor desatento. Em 2025, três modalidades continuam figurando no topo da lista das maiores armadilhas do mercado financeiro: fundos multimercado de alta taxa, certificados de operações estruturadas (COEs) e títulos de capitalização.
Ao contrário do que dizem os gerentes de banco, esses produtos geralmente beneficiam mais as instituições financeiras do que o investidor. A seguir, você vai entender por que esses investimentos devem ser evitados — e como substituí-los de forma mais eficiente e lucrativa.
Fundos multimercado com taxas altas: A deterioração invisível
Muitos investidores são atraídos pelos fundos multimercado vendidos em prateleiras de grandes bancos e plataformas. A promessa? Diversificação e gestão profissional. A realidade? Taxas que corroem sua rentabilidade.
Enquanto ETFs de gestão passiva cobram taxas simbólicas — entre 0,03% e 0,2% ao ano — fundos multimercado de gestão ativa chegam a cobrar 2% de taxa de administração, além de 20% de taxa de performance. Isso significa que mesmo que o fundo tenha rendimento, uma fatia significativa vai para o bolso da gestora.
O que diz a ciência
Um estudo de Eugene Fama, prêmio Nobel de Economia e criador da Teoria dos Mercados Eficientes, analisou o desempenho de fundos entre 1986 e 2004. Conclusão: menos de 3% dos fundos multimercado conseguiram bater consistentemente o mercado (como o índice S&P 500 ou Ibovespa) no longo prazo — e mesmo assim, o ganho foi quase anulado pelas taxas.
“O risco não está em investir, mas em investir no que você não entende.”
COE: O disfarce sofisticado da aposta
O Certificado de Operações Estruturadas (COE) é vendido como uma forma de investir com “proteção de capital” e possibilidade de ganho atrelado ao desempenho de índices ou ativos globais. Mas, na prática, ele se assemelha mais a uma loteria com retorno limitado.
Como funciona?
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Você investe R$ 1.000.
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80% vai para renda fixa; os outros 20%, em derivativos complexos.
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Se a “condição” definida pelo banco for cumprida (ex: o Ibovespa subir 15% em 3 anos), você lucra.
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Se não for cumprida, você recebe apenas o valor investido — sem correção pela inflação.
O problema da inflação
Com uma inflação média de 6% ao ano, em 5 anos seu capital perde até 33% de poder de compra. E o banco? Fica com as taxas e lucra independentemente do seu resultado.
Em 2024, os COEs movimentaram R$ 90 bilhões, com mais de 1.000 operações por dia, segundo dados da B3. Isso mostra que, apesar dos alertas, os brasileiros ainda estão caindo nessa armadilha.
Título de capitalização: A loteria travestida de investimento
Os títulos de capitalização são vendidos como uma forma de “guardar dinheiro” e ainda “concorrer a prêmios”. Na prática, você entrega seu dinheiro para o banco, que devolve o valor nominal após 5 anos — e só.
Entenda o modelo:
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Você paga R$ 50 a R$ 200 mensais.
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Parte do valor vai para sorteios e taxas.
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Você não pode resgatar o valor antes do prazo.
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Se resgatar antes, perde parte do valor.
Não há rendimento, não há liquidez e, pior, o dinheiro parado perde valor com a inflação. É uma das formas mais lentas e ineficazes de “economizar” dinheiro.
O ponto em comum: Baixa liquidez e alta intermediação
Esses três produtos têm características semelhantes:
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Taxas altas ou ocultas.
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Baixa ou nenhuma liquidez.
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Promessas exageradas de segurança ou lucro.
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Intermediação que favorece a instituição financeira.
Investimentos como ações, fundos imobiliários, ETFs e até mesmo títulos do Tesouro Direto são negociados em tempo real, com precificação constante baseada na Teoria dos Mercados Eficientes. Ou seja, refletem o valor justo com base nas informações disponíveis.
E o que fazer com seu dinheiro em 2025?
Invista no que você entende
Antes de aplicar em qualquer produto, estude. Entenda o que é um fundo imobiliário, uma ação, um ETF. Aprenda o básico sobre Tesouro Direto. Quanto mais simples e transparente o investimento, menor o risco de ser enganado.
Priorize liquidez e transparência
Prefira investimentos com precificação diária e fácil resgate. Produtos listados em bolsa, como ações e ETFs, oferecem essas vantagens — e muitas vezes com zero taxa de intermediação.
Use boas corretoras
Para ações e FIIs, corretoras como Nubank e XP oferecem acesso direto à bolsa. Para criptomoedas, a Binance se destaca pelas taxas reduzidas. Já para ativos no exterior, plataformas como Nomad têm ganhado espaço.
Evitar investimentos ruins é tão importante quanto escolher os bons. Em vez de buscar o “milagre financeiro”, foque no básico bem feito, como ensinou Warren Buffett: investir no que você conhece, com disciplina e visão de longo prazo.
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