Carnavalesco, cantor, compositor e muito mais, Di Souza faz neste domingo seu primeiro show do seu terceiro álbum de estúdio, intitulado “Boletim Vermelho”, lançado em maio. O disco está disponível em plataformas digitais. A criação do álbum durou cinco anos. Nego Bispo abre o trabalho, e Samuel Rosa e Marcelo Dai participam das gravações.
“Boletim Vermelho” aborda a valorização do saber popular. O álbum propõe uma reflexão sobre o sistema escolar. Ele desnuda a prepotência acadêmica e a arrogância linguística que atuam na manutenção de opressões sociais, marginalizando vozes e saberes populares. A faixa de abertura, “Atualiza o Dicionário”, apresenta a importância do saber popular e suas diversidades. Em “Paranauê da Vida”, versos clamam por reconhecimento à população que, sem diploma, construiu a sociedade.
A segunda parte do disco explora relações amorosas. Entre as faixas, “Seu Cachorro Tá Na Rua” venceu o 10º Concurso de Marchinhas Mestre Jonas. “Coração Bobo Saltita” convida a formas de amar. “Alcova Libertina” é uma releitura do hino de um bloco de rock do Carnaval de BH. A sonoridade do trabalho apresenta uma fusão de gêneros musicais, combinando funk e música caipira na primeira faixa. O percurso sonoro inclui pop, reggae, rock, carimbó, com a música popular em destaque.
Di Souza nasceu na roça e foi criado na favela, segundo descrição do próprio músico em participação na terceira temporada do podcast Arreda Pra Cá, produção do BHAZ. Hoje, ele é uma referência em Belo Horizonte. No episódio, Di Souza descreve-se como “o pior aluno da escola”, e também afirma ser “o melhor do projeto”, uma referência aos projetos sociais de cunho artístico que participou.
Di Souza virou alvo de zombaria na escola. Ele era zoado por ser da roça e por andar com a meia alta. Em uma situação de bullying, o máximo de xingamento que conseguia chegar era: “vai caga, sô”. O resultado: apanhou mais. Ele acumulou repetências na escola, mas floresceu em projetos sociais de cunho artístico.
O artista fundou a Percussão Circular, a maior escola de percussão e musicalização de Belo Horizonte. Em 11 anos, o projeto formou cerca de 5 mil alunos e forma parte dos batuqueiros do Carnaval de Belo Horizonte.
Di Souza é uma figura no Carnaval de rua mineiro. Ele fez parte do renascimento da folia em Belo Horizonte, é regente do bloco “Então, Brilha” desde seu surgimento e fundou os blocos “É o Amô”, “Pisa na Fulô”, “Abre-Te Sésamo” e “Circuladô”.
Em 2015, Di Souza lançou seu disco de estreia, “Não Devo Nada pra Ninguém”, que ele definiu como “uma lúdica viagem ao que seria metamúsica”. Em 2021, lançou “Bloco da Saudade”.
O show de lançamento de “Boletim Vermelho” acontece neste domingo (8 de junho), no Centro Cultural SesiMinas, na Rua Padre Marinho, 60 – Santa Efigênia. O show tem início às 19h e duração de 90 minutos.
Os ingressos estão disponíveis no Sympla. Os valores são R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia entrada). O espetáculo contará com participações de Renegado, Vitória Pires, Sérgio Pererê e Hugo da Silva, que colaboraram na produção. O grupo de dança Corpo Cidadão também se apresenta.
Serviço
Dia: 8 de junho
Horário: 19h
Duração: 90 min
Ingresso: Sympla – R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia entrada)
Local: Centro Cultural SesiMinas (Rua Padre Marinho, 60 – Santa Efigênia)
Confira a entrevista de Di Souza no Arreda Pra Cá
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