VALE3 em foco: fundamentos sólidos indicam oportunidade, mesmo com minério em queda

A ação da Vale (VALE3) voltou ao centro das atenções no mercado financeiro, especialmente após a divulgação do relatório de produção e vendas do 1º trimestre de 2025, prevista para 15 de abril. Apesar da queda recente nos preços do minério de ferro e das incertezas envolvendo tarifas comerciais entre China e Estados Unidos, analistas seguem confiantes nos fundamentos da mineradora.

Produção impactada por chuvas, mas estoques salvaram o trimestre

A Vale enfrentou desafios operacionais neste início de ano. Chuvas intensas afetaram negativamente o volume de produção, especialmente de finos de minério de ferro e pelotas. No entanto, a empresa conseguiu manter um patamar de vendas considerado sustentável ao utilizar de forma estratégica os estoques acumulados em 2024.

Essa manobra ajudou a mitigar os efeitos negativos das intempéries, destacando a capacidade de gestão da companhia diante de fatores externos. Como lembra o analista Igor Guedes, o controle estratégico de estoques é um diferencial importante da Vale, especialmente em momentos de pressão operacional.

Minério de ferro em queda: reflexo da demanda global e da qualidade do mix

O preço médio do minério de ferro realizado pela Vale caiu para cerca de US$ 92 por tonelada, o que representa uma retração de quase 10% em relação ao mesmo período de 2024. Isso ocorreu por uma combinação de fatores: deterioração do mix de qualidade e menor percentual de minério com alto teor de ferro, consequência direta das chuvas que afetaram a lavra.

Mesmo com essa queda, analistas enxergam que o atual patamar da ação (na faixa de R$ 54,60) representa uma oportunidade para investidores com visão de longo prazo. O papel chegou a cair cerca de 40% desde o final de 2023, atingindo a mínima de R$ 48 em 2025.

Custo sob pressão, mas margens continuam atrativas

O custo C1 — métrica que mede o custo operacional por tonelada produzida — apresentou queda na comparação ano a ano, mas subiu de forma significativa em relação ao trimestre anterior. Isso se deve à menor diluição dos custos fixos, já que o volume de produção foi impactado.

Ainda assim, a geração de caixa da Vale segue robusta. A empresa é negociada atualmente com múltiplos bastante descontados em relação à sua média histórica: EV/EBITDA de 3x e um fluxo de caixa livre com yield próximo a 15%.

Vale está barata? Mercado precifica o pior cenário

Segundo Guedes, o mercado está precificando um cenário extremamente pessimista para a Vale, o que já estaria refletido nos preços atuais. Mesmo com o minério sendo cotado a US$ 89 por tonelada, os fundamentos da empresa — como a geração de caixa e a capacidade de pagamento de dividendos — seguem firmes.

O analista projeta um upside de 18%, com preço-alvo em R$ 61,50 e dividend yield estimado entre 9% e 10% ao ano. A ação, portanto, segue como uma das majors globais mais descontadas da Bolsa brasileira.

Estratégia para investidores: aportes graduais e visão de longo prazo

Com a ação negociada abaixo de seu preço teto técnico (R$ 62), a orientação é clara: comprar de forma gradual, aproveitando os períodos de baixa, sem tentar acertar o fundo do poço. A tese continua a mesma: fundamentos sólidos, gestão eficiente e potencial de valorização no médio prazo.

Mesmo em um ambiente global volátil, marcado pela guerra comercial e sinais de desaceleração chinesa, a Vale mantém suas vantagens competitivas. Para quem busca dividendos e segurança nos fundamentos, VALE3 continua sendo uma alternativa atraente na carteira de ações brasileiras.

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