Gerdau (GGBR4) negocia com 30% de desconto e ganha fôlego com tarifas de Trump

A Gerdau (GGBR4) voltou ao radar dos investidores em junho de 2025 como uma das apostas mais interessantes no setor de siderurgia. Mesmo em um ciclo desfavorável para o aço e com queda nos dividendos, a companhia apresenta fundamentos resilientes, alavancagem controlada e exposição positiva ao mercado americano, que se fortaleceu com o aumento das tarifas de importação de aço imposto pelo ex-presidente Donald Trump.

Segundo análise do Clube dos Dividendos, com base em múltiplos de valuation e análise gráfica, a GGBR4 está sendo negociada com desconto significativo em relação ao seu valor patrimonial, com um P/VPA de 0,60, o mesmo patamar observado durante a crise da pandemia. Isso torna o papel atrativo para quem busca assimetrias no médio e longo prazo.

Valuation indica potencial de alta de até 30%

O preço justo estimado para a ação da Gerdau varia entre R$ 21,60 e R$ 23,20, conforme modelos do Investing Pro, o que representa um potencial de valorização de até 30% em relação aos níveis atuais, ao redor de R$ 17. A média de recomendações de mercado aponta para um alvo de R$ 22, com recomendação de compra do UBS, reforçada pelo bom desempenho das operações nos EUA.

Exposição internacional fortalece os resultados

Mais de 50% do EBITDA da Gerdau vem das operações na América do Norte, especialmente dos Estados Unidos, onde as tarifas de importação beneficiam produtores locais. Isso tem blindado a empresa dos efeitos da competição com o aço chinês, problema recorrente no mercado brasileiro.

Além disso, a companhia não tem previsão de novos investimentos relevantes (capex), o que ajuda a preservar o caixa. A alavancagem está em 0,69x, considerada baixa para o setor, e há expectativa de cortes de juros tanto nos EUA quanto no Brasil, o que pode impulsionar a demanda e melhorar a precificação do aço.

Dividendos em ciclo de baixa, mas ainda atrativos

Os dividendos da GGBR4 estão em declínio desde o pico de 2021/22. No segundo trimestre deste ano, o valor caiu de R$ 0,28 para R$ 0,12 por ação. Para agosto, a expectativa é de nova queda, podendo chegar a R$ 0,054, mas a empresa ainda se mantém lucrativa mesmo com margens comprimidas.

Com base no cenário atual, projeta-se que os dividendos totais de 2025 fiquem entre R$ 0,45 e R$ 0,60 por ação, o que ainda representa um dividend yield interessante para quem busca renda passiva em ações com perfil cíclico.

Comparativos e cenário setorial

Comparando com outras siderúrgicas, a Gerdau ocupa posição intermediária entre dividendos e valuation. A CSNA se destaca com dividendos de 17% e P/VPA de 0,88, enquanto a Usiminas aparece como a mais barata (P/VPA de 0,27), mas com retorno inferior.

O setor como um todo apresenta ações descontadas e com potencial de recuperação, aguardando um novo ciclo de valorização puxado por cortes de juros e retomada econômica global. A volatilidade, no entanto, segue elevada — característica típica de empresas ligadas às commodities metálicas.

Opções e estratégias com GGBR4

A ação também é atrativa para estratégias com opções. O analista Bruno Amazônia destaca pontos de interesse em strikes entre R$ 15,25 e R$ 13,70, com possibilidade de lançamentos cobertos e venda de puts para quem busca gerar renda com a oscilação da ação.

A parceria com a Gama Capital, escritório vinculado à XP, oferece ainda um CDB de 150% do CDI com prazo de 1 mês e suporte para investidores interessados em operar com derivativos.

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