Com a Selic em 13,75% e possibilidade de alta para 15%, os investidores buscam alternativas de renda fixa com boa rentabilidade e segurança. Neste cenário, o CDB do Méliuz que oferece 110% do CDI e liquidez diária se destaca à primeira vista. Mas será que ele realmente vale a pena?
Rentabilidade e liquidez: os atrativos do CDB Méliuz
O grande chamariz desse produto é a rentabilidade bruta de aproximadamente 16,11% ao ano, que representa mais de 1% ao mês, com resgate disponível a qualquer momento. Além disso, o investimento mínimo é simbólico — a partir de R$ 1 — o que o torna acessível a qualquer perfil de investidor.
Contudo, há limitações importantes: o valor máximo oficialmente permitido por CPF é de R$ 10.000, embora testes práticos indiquem que é possível ultrapassar esse teto. O vencimento técnico do produto é de 181 dias, o que interfere diretamente na alíquota do Imposto de Renda.
Tributação e vencimento: os fatores que reduzem o ganho líquido
Por ser um CDB tributável, o rendimento líquido depende do prazo de permanência do dinheiro investido. A tabela regressiva de IR funciona assim:
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Até 180 dias: 22,5%
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De 181 dias a 1 ano: 20%
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De 1 a 2 anos: 17,5%
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Acima de 2 anos: 15%
Mesmo com a rentabilidade bruta atrativa, se o investidor resgatar antes de 6 meses, o rendimento líquido cai para 12,49% ao ano. Já se levar até o vencimento (181 dias), sobe para 12,88% ao ano. Em prazos maiores, outros CDBs passam a oferecer melhor retorno líquido, como mostra o gráfico comparativo a seguir:
Comparativo de rentabilidade líquida com outros CDBs
O gráfico abaixo mostra a rentabilidade líquida estimada para o CDB Méliuz (emitido pelo banco BV) e concorrentes como o Banco BMG (107% CDI) e o Banco Daicoval (106% CDI), considerando diferentes prazos de resgate:
[Veja o gráfico acima com comparativo de até 2 anos de investimento.]
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Em 181 dias, o CDB do Méliuz é o mais rentável.
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Em 1 ano, o CDB do BMG assume a liderança.
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Em 2 anos, BMG e Daicoval oferecem até 13,32% e 13,20% líquidos, respectivamente — superando os 12,88% do produto do Méliuz.
Fatores de segurança: emissor e FGC
O CDB é emitido pelo Banco BV, uma instituição sólida no mercado. Além disso, o investimento é coberto pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF e por instituição, o que oferece dupla camada de proteção.
Vale lembrar que, ao investir em diversos bancos, é possível multiplicar essa proteção, respeitando o teto de R$ 1 milhão em garantias por investidor.
Quando vale a pena investir no CDB Méliuz?
Esse CDB é vantajoso principalmente em dois cenários:
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Investimento de curto prazo (acima de 6 meses): se o investidor souber que poderá manter o valor investido até o vencimento de 181 dias, a rentabilidade líquida de 12,88% pode ser muito competitiva.
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Portfólios com limite de capital: para quem deseja investir pequenos valores com alta rentabilidade e liquidez imediata.
Contudo, se o objetivo é montar uma reserva de emergência duradoura ou investir por mais de um ano, produtos de prazo maior e com menor alíquota de IR se tornam mais vantajosos.
Alternativas melhores para médio e longo prazo
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CDB BMG (107% do CDI) com liquidez diária e vencimento em até 3 anos: chega a 13,32% ao ano líquido após 2 anos.
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CDB Daicoval (106% do CDI): oferece 13,20% líquidos para quem pode manter o dinheiro por 24 meses.
Essas opções, além de proporcionarem rentabilidade crescente com o tempo, reduzem significativamente o impacto do imposto de renda, fator que afeta diretamente o retorno final.
O CDB do Méliuz com 110% do CDI é uma ótima oportunidade para curto prazo, com excelente rentabilidade bruta e liquidez imediata. No entanto, limitações de valor, vencimento e tributação exigem atenção redobrada do investidor.
Antes de aplicar, é essencial considerar:
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Seu horizonte de tempo
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Objetivo do investimento (emergência, curto ou longo prazo)
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Impacto do IR sobre o rendimento líquido
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Possibilidade de resgatar antes do vencimento
Para quem busca simplicidade, liquidez e boa rentabilidade de curto prazo, o CDB Méliuz pode ser um bom negócio. Mas se a ideia for construção de patrimônio de forma mais eficiente, alternativas como os CDBs do BMG e Daicoval são mais vantajosas no médio e longo prazo.
O post CDB Méliuz rende 110% do CDI: veja se ainda vale a pena investir em 2025 apareceu primeiro em O Petróleo.