Guia completo: 49 restaurantes e botecos para conhecer no Centro Histórico de Salvador

A sabedoria popular diz que em boca fechada não entra mosquito, uma metáfora a partir da ideia de que o silêncio pode prevenir muitos males. Mas como a alimentação é uma necessidade incontornável, as bocas abertas ao paladar são uma fonte inesgotável de prazer e negócios, mesmo nos tempos mais difíceis.A perda do emprego e o fechamento de pequenos negócios durante a pandemia de Covid-19, por exemplo, foram ingredientes essenciais para a criação de novos bares, restaurantes e serviços de delivery de comida. Foi o que aconteceu a Shirley Freire e seu companheiro Edmilson Silva.O casal resolveu aproveitar a localização da casa da mãe de Shirley no Santo Antônio para oferecer ao público cerveja e comida durante o feriado de Sete de Setembro. A dona do imóvel ponderou que faria mais sentido ter começado no feriado de Dois de Julho, cujo cortejo efetivamente passa pelo bairro. “Minha mãe perguntou se eu estava doida, porque no Sete de Setembro não passava desfile pela rua”, conta Shirley.Mas a empreeendedora, desempregada e com um bebê de seis meses, não queria esperar até julho do ano seguinte para iniciar o negócio e partiu para a produção de cachorros-quentes imediatamente.Ninguém se deslocou da Avenida Sete para o Santo Antônio para comer e beber no novo negócio, mas a demanda de vizinhos e dos visitantes do bairro, que já estava bombando como atração turística, animou os empreendedores.O negócio começou acanhado, aproveitando a sala da casa, que virou uma cozinha do bar, e a janela pela qual eles serviam aos passantes. “No começo, a gente sentava no sofá para ver TV e de vez em quando aparecia um vizinho para comprar pastel e dar uma força”, lembra a comerciante.

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Mas o negócio cresceu e o boteco passou a fazer tira-gostos, como carne-de-sol. Com o tempo, o casal percebeu que seria um bom negócio colocar mesas na calçada e investir em um petisco rápido e salgado, até para aguçar a vontade dos clientes de consumir mais cerveja.O pastel, então, surgiu no cardápio como a alternativa mais apropriada. A casa começou com os tradicionais sabores de carne, queijo e misto. Mas à medida em que o estabelecimento passou a participar dos roteiros gastronômicos do Centro Histórico, foi criando novos sabores que depois seriam incorporados ao cardápio da casa. Hoje, o Santo chega a vender 70 pastéis em um sábado.O barzinho, que se transformaria no Santo Botequim, participa até o próximo dia 26 da rota gastronômica Sabores do Interior, promovida pela Associação do Centro Histórico Empreendedor (Ache) e pela Sole Produções. A Bola da vez no Santo Botequim é o pastel de cupim ao gorgonzola, servido por R$ 18.A coxinha de rabada que transformou o Bistrô 9A pandemia também foi determinante na trajetória do Bistrô 9, um boteco especializado em rabada com agrião, que surgiu de maneira informal no Vale dos Lagos dois meses antes do isolamento social. Mas o tempero de Sidna Marla dos Santos Silva tinha conquistado o público vizinho e em 5 de novembro de 2020, ainda em meio a restrições sanitárias, quando a Prefeitura do Salvador reabriu o Mercado de São Miguel, o bar se instalou em um box, com o investimento do noivo de Marla, Maurício Ramalho.Em meio às novas instalações, a dupla lançou a coxinha de rabada, que se destacou em competições gastronômicas regionais e conquistou sucesso midiático.Assim como precisou criar uma nova versão da mais que popular coxinha para se sobressair em meio à concorrência, Marla precisou antes se refazer profissionalmente. Ela trabalhava no setor de eventos, que foi à lona durante a pandemia, e começou a vender feijoada para vender aos vizinhos. Depois, acabou se especializando em rabada. “O que era para ser uma brincadeira com os amigos acabou virando uma fonte de renda”, narra Marla.

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Um fator determinante para a mudança foi que naquele momento, durante a pandemia, Marla começou a se relacionar com Maurício, seu atual noivo, que tinha capital disponível e bancou a formalização do empreendimento.A mudança de endereço não foi um problema. “Nosso público sempre esteve ligado à rede social, onde temos um trabalho forte. Atingimos um raio muito grande”, declara Marla. O Instagram do Bistrô 9 conta com mais 18 mil seguidores.”Não temos um público centralizado na Baixa dos Sapateiros. Essa semana recebemos um grupo de 15 pessoas de Porto Alegre, que conheceram o Bistrô 9 através da rede social”, declara a chef. A rabada é servida com pirão, arroz e vinagrete. O prato individual sai por R$ 35 e uma porção para dois custa R$ 65.Cachaça com licor de jenipapo

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Quem faz o roteiro também precisa refrescar a garganta. O Café e Cana Botequim, por exemplo, criou para o roteiro uma bebida a partir do licor de jenipapo, cachaça infusionada em cardamomo, canela e a cachaça Bálsamo, da Matriarca.”O drink foi criado pelo nosso bartender Lu Lemos, que acabou de ganhar o concurso Cachaça Classics na Bahia e ficou em quarto lugar em Portugal”, festeja a sócia-proprietária do Café e Cana, Débora Arnoso. O drinque premiado e que está no roteiro gastronômico é o Rojão e a sua dose custa R$ 29Sobre o roteiro, Débora afirma que é uma oportunidade de trazer um público que não conhece a casa. “É importante que as pessoas virem turistas em sua própria cidade e possam ocupar o Centro Histórico”, declara Débora.Ao todo, são 49 estabelecimentos integrando o roteiro (mais informações no site saojoaocentrohistorico.com.br e no Instagram: @soleproducoes.Confira os participantes e seus sabores especiais:· Abará da Vovó – Bofó (efó com arroz de marisco e milho verde)· Allê Varanda Bar – Lasanha de Rabada· Bar do Lula – Bobó de camarão com farofa de azeite e arroz· Bar e Restaurante Ulisses – Tiêta do Agreste (purê de batata doce gratinado). Acompanhamentos: picadinho de calabresa e bacon.· Bistrô 9 – Rabada com agrião, pirão, arroz e vinagrete· Bistrô Negreiros – Baião de Dois (banana da terra, carne de fumeiro, queijo coalho, feijão verde e arroz)· Boteco do Pelourinho – Dobradinha com arroz, farofa e vinagrete· Cajueiro – Xinxim de bofe com arroz e molho lambão· Cantina da Lua – Feijoada Luiz Gonzaga com feijão verde e carnes defumadas· Cantinho Legal – Carne do sol com mandioca frita e farofa de manteiga de garrafa· Casa Maron – Ensopado Árabe de Carneiro· CGC – Polpetas ao molho de tomate com purê de queijo coalho e arroz· Cuco Bistrô – Frango Gratinado com Creme de Milho ao Gorgonzola e Batatas Coradas· Donna Pimenta – Vaca Atolada com arroz e pirão de milho· É um Bar – “Pé de Fumaça”: Torta basca de amendoim, ganache de milho, gel de laranja, pé de moleque e flor cristalizada· Escritório da Gadhegas – “Amostradinho Baiano”: carne seca com purê de banana e batata inglesa· Feijoada da Jú – Feijoada preta com couve, arroz, farofa, vinagrete e laranja· Fera Restaurante e Bar – Baião de Dois de Camarão· Joca Mesa Bar – Lampião e Ariel (filé mignon do sol) . Acompanhamentos: ragu de polvo e camarão, flambados em cachaça baiana, rubacão e picles de maxixe· Maria Mata Mouro – Fumeiro com mousseline de banana da terra· Mariposa – Picadinho de filé mignon com purê de aipim e tropeiro· Mestiços – Escondidinho de carne do sol e queijo coalho· O Coliseu – Lasanha de banana da terra· Odoyá – Camarão empanado em tapioca e coco com geleia de pimenta· Portal do Pelô – Risoto Sertanejo de carne seca e banana da terra· Restaurante Ó Pai Ó – Peixe empanado com camarão ao molho de coco, curry e farofa de banana· Restaurante Ponto Vital – Fumeiro com aipim frito e vinagrete· Santo Botequim – Pastel de Cupim ao Gorgonzola· Tropicalia Restaurante – Filé de merluza com moqueca de camarão, arroz e saladaBebidas, Sobremesas e Lanches· A Mulherada Café – Bolo de aipim com café capuccino· Café e Cana Botequim – Drink “O Rojão!”: licor de jenipapo, canela, cardamomo, cachaça bálsamo, angostura e limão siciliano· Chocolates Marrom Marfim – Torta de tapioca ou amendoim com chocolate quente cremoso· Subway Pelourinho – Sanduíche Frango Teriyaki + bebida 500 ml + biscoitos· Tropicália Gelato & Caffè – Trio junino: sanduíche de pernil, cerveja artesanal e gelato de doce de leite com amendoim