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“Temos dois candidatos à Presidência da República aqui. Daqui a pouco, se o negócio não funcionar muito bem lá para cima, nós passamos uma trena para o lado de cá e fazemos ‘o Sul é nosso país’, né?”, disse rindo o governador, provocando risos da plateia. A fala ocorreu durante um evento de construção civil em Curitiba, no Paraná, na última quinta-feira, 12.Aliado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mello se referia aos governadores gaúcho, Eduardo Leite (PSD), e paranaense, Ratinho Júnior (PSD), ao falar sobre os “presidenciáveis”. Os dois, que o acompanhavam no painel do evento, também foram elogiados pelo governador catarinense, que afirmou haver grande parceria entre os três Estados.Em outro momento, Mello também brinca com o governador do Paraná falando sobre “passar a régua”, comentando sobre o erro de medição que levou o governo paranaense a perceber que uma área equivalente a 500 campos de futebol pertence, na verdade, a Santa Catarina, mudando o mapa dos Estados em 2024. “As divisas estavam meio erradas, aí passamos a régua, ele foi generoso e deixou nós pegarmos. Mas não tinha muita coisa boa em cima, não”, falou rindo.
Piadinha de gente do Sul que se acha superior ao norte e nordeste. “Se lá pra cima não funcionar, o Sul vira nosso país.” “Passamos a trena e fazemos o país do Sul”. Palavras do governador de SC Jorginho Mello (PL) ao lado de Ratinho Jr. (PR) e Eduardo Leite (RS), na última… pic.twitter.com/sSWGnrRk05— GugaNoblat (@GugaNoblat) June 15, 2025Movimentos separatistasEm 2023, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sugeriu a criação de uma frente política em defesa do “protagonismo” de Estados do Sul e do Sudeste. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o governador mineiro comparou o país a um produtor rural que dá “tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito”.As primeiras seriam Estados do Norte e Nordeste, enquanto as últimas seriam Estados do Sul e Sudeste. As falas, que tiveram forte reação em Brasília, também renderam debates intensos nas redes sociais.As falas geraram uma onda de críticas de autoridades em todo o espectro político. À direita, o deputado federal e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) disse que “infelizmente, o governador Zema, talvez por não ter se expressado da forma adequada, acabou por criar mais problemas que as soluções que busca”.Ex-ministro do Turismo de Jair Bolsonaro, Gilson Machado (PL-PE) disse “repudiar veementemente qualquer fala que sequer ventile a separação de nosso País”.”O Nordeste não é peso para ninguém,o Nordeste é rico”, afirmou, endossado pelo ex-chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social) de Bolsonaro, Fabio Wajngarten. “Parabéns, Gilson. O Brasil é nordestino”, escreveu o bolsonarista.Para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-AC), a importância de um Estado não pode ser definida pelo “peso populacional”. “Sem a Amazônia, não tem como ter agricultura, não tem como ter indústria, não tem como o Brasil sequer ter vida no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, porque a ciência diz que seria um deserto igual o deserto do Atacama ou do Saara”, disse Silva em suas redes sociais.Em nota assinada pelo governador da Paraíba, João Azevedo (PSB), o Consórcio Nordeste afirmou que Zema cria “um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste”.