As ações do Banco do Brasil (BBAS3) despencaram de quase R$ 30 para cerca de R$ 22 em 2025, acendendo o alerta dos investidores. Mas, afinal, ainda vale investir no banco? Uma análise detalhada da Suno Research mostra que, mesmo diante das incertezas, os fundamentos permanecem sólidos e a expectativa de retorno é extremamente atrativa.
Queda das ações e perspectivas
Atualmente, o Banco do Brasil tem valor de mercado em torno de R$ 89 bilhões, após forte desvalorização recente. A expectativa da própria gestão aponta crescimento da carteira de crédito entre 5,5% e 9,5%. No entanto, itens como margem financeira bruta, provisões e lucro líquido estão sob revisão, segundo o guidance divulgado.
No primeiro trimestre, a carteira de crédito cresceu 12,5%, superando as projeções. O banco soma ativos geradores (como carteira de crédito, títulos e tesouraria) estimados em cerca de R$ 2,3 trilhões para 2025, consolidando-se como um dos maiores players do país.
Projeções de lucro e dividendos
A análise considera uma margem financeira (NIM) de 4,75% a 4,8%, gerando aproximadamente R$ 110 bilhões em receitas com juros.
Por outro lado, as provisões para perdas (PDD) são estimadas em R$ 46 bilhões, acima da faixa de R$ 38 a R$ 42 bilhões prevista no início do ano, refletindo um cenário mais conservador.
Mesmo assim, a projeção de lucro líquido ajustado para 2025 chega a R$ 30,5 bilhões, o que representa um dividend yield de até 10%, segundo os analistas.
Retorno esperado para o investidor
Com um ROE (retorno sobre patrimônio líquido) projetado em 17%, o Banco do Brasil oferece um retorno real (acima da inflação) de aproximadamente 12,7% ao ano, muito acima de títulos como a NTN-B (Tesouro IPCA), que atualmente entrega cerca de 7% a 7,5% líquidos e ainda é totalmente tributável.
Parte desse retorno vem de dividendos isentos de imposto, além da valorização das ações impulsionada pelo crescimento do banco.
Cenário conservador ainda atrativo
Mesmo num cenário mais conservador, com provisões mais robustas e crescimento moderado, o BBAS3 poderia entregar um lucro normalizado de R$ 33 bilhões, equivalente a um ROE de 14,2% real — ou um retorno nominal de 21% ao ano.
Pelos cálculos da regra de 72, isso significa dobrar o capital investido em aproximadamente 3,5 anos.
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