Investimentos em renda variável são conhecidos pela possibilidade de retornos expressivos — mas também por envolverem riscos consideráveis. Ao contrário da renda fixa, que garante uma remuneração previsível, a renda variável se comporta de acordo com as oscilações do mercado, tornando-se uma alternativa tanto promissora quanto desafiadora para quem deseja construir patrimônio no longo prazo.
O que é renda variável e como ela funciona?
Na renda variável, o retorno não é conhecido no momento da aplicação. Ele depende da valorização (ou desvalorização) do ativo no mercado. Isso significa que não há garantias de retorno — e, em alguns casos, o investidor pode até sair no prejuízo.
Diferente da renda fixa — onde o investidor empresta dinheiro para empresas ou governos em troca de juros previamente definidos —, na renda variável o investidor adquire participações no capital de empresas ou contratos com base em ativos que variam constantemente. Em outras palavras, o investidor “entra no risco” do negócio.
Principais tipos de investimentos em renda variável
Existem várias opções de produtos no universo da renda variável, desde os mais simples até os mais sofisticados. Veja os principais:
-
Ações: papéis que representam uma fração do capital de uma empresa.
-
Fundos Imobiliários (FIIs): fundos que investem em imóveis físicos ou títulos do setor.
-
ETFs (fundos de índice): replicam a performance de um índice de ações, como o Ibovespa.
-
BDRs: recibos de ações estrangeiras negociadas na bolsa brasileira.
-
Opções: contratos que garantem o direito de comprar ou vender ações a um preço determinado.
-
Contratos futuros: acordos de compra e venda futura de ativos como dólar, commodities ou índices.
Além disso, há fundos de ações e multimercados, que oferecem acesso indireto a esses ativos, geralmente com uma gestão profissional.
Por que investir em renda variável?
Vantagens:
-
Potencial de rentabilidade superior à renda fixa.
-
Diversificação de carteira, com exposição a diferentes setores da economia.
-
Acesso a empresas e setores específicos: por exemplo, apostar no varejo ou no setor elétrico.
Desvantagens:
-
Alta volatilidade: os preços podem oscilar fortemente de um dia para o outro.
-
Nenhuma garantia de retorno.
-
Maior complexidade e necessidade de conhecimento prévio.
É seguro investir em renda variável?
Apesar dos riscos, o mercado de renda variável no Brasil é seguro do ponto de vista estrutural. A B3 (bolsa de valores brasileira) mantém sistemas rígidos de compensação e liquidação, enquanto a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) regula e fiscaliza o mercado para proteger os investidores.
Em caso de prejuízo causado por corretoras ou agentes autônomos, o MRP (Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos) garante até R$ 120 mil de ressarcimento — mas apenas quando há falha na execução de ordens, e não por perdas naturais do mercado.
Como começar a investir em renda variável
Antes de aplicar, é essencial seguir alguns passos:
1. Conheça seu perfil de investidor
Determine se você é conservador, moderado ou arrojado. Quanto mais arrojado, maior a tolerância a oscilações e riscos.
2. Tenha um colchão de emergência
Antes de pensar em ações, garanta uma reserva financeira com liquidez imediata — o ideal é o equivalente a 6 meses de despesas fixas.
3. Comece com pouco e diversifique
Nunca invista um valor que você não pode perder. A recomendação é aplicar apenas uma parte do seu capital, diversificando entre diferentes ativos e setores para mitigar riscos.
4. Prefira o longo prazo
O maior erro dos iniciantes é buscar lucro rápido. No entanto, a renda variável funciona melhor com visão de longo prazo, pois isso suaviza os impactos da volatilidade.
5. Conte com profissionais
Corretoras, agentes autônomos e planejadores financeiros podem te ajudar a montar uma carteira de investimentos alinhada ao seu perfil, objetivos e prazos.
Quanto custa investir em renda variável?
Os custos variam conforme o produto e a corretora. Confira os principais:
-
Taxa de corretagem: cobrada por algumas corretoras para intermediar a compra e venda de ativos. Pode variar de R$ 0 a R$ 20 por operação.
-
Taxa de administração: comum em fundos.
-
Imposto de Renda:
-
15% sobre o lucro em operações comuns (ações, ETFs, FIIs), se vender mais de R$ 20 mil no mês.
-
20% para operações day trade (compra e venda no mesmo dia).
-
Fundos já retêm o IR automaticamente; ações exigem cálculo e pagamento via DARF.
-
Além disso, é possível começar com pouco: ações podem ser compradas a partir de um único papel no mercado fracionário, e há fundos acessíveis com aportes a partir de R$ 100 ou R$ 500.
Quando comprar e vender?
Tentar prever o momento certo para comprar ou vender ações é uma estratégia arriscada. Especialistas recomendam fazer aportes regulares (estratégia de dollar cost averaging) e manter o foco no longo prazo.
Comprar quando os ativos estão baratos e vender após valorização parece simples na teoria, mas exige muito conhecimento e emocional forte — por isso, a maioria dos investidores de sucesso foca em fundamentos e paciência.
O post Renda variável: o que é, como funciona e como investir com segurança apareceu primeiro em O Petróleo.