Dólar cai para R$ 5,49 e pode recuar mais; entenda o cenário

O dólar recuou para R$ 5,49 no Brasil nesta quarta-feira (18), acumulando uma forte queda desde a máxima de R$ 6,30 registrada em dezembro de 2024. O movimento, que surpreende até os analistas mais experientes, reflete uma combinação de fatores domésticos e externos que têm favorecido a valorização do real.

O cenário fiscal no Brasil melhorou após meses de desconfiança, levando o mercado a precificar uma trajetória mais controlada para as contas públicas. Além disso, o enfraquecimento global do dólar, impulsionado pela nova política econômica do governo Donald Trump, tem contribuído diretamente para esse movimento.

Por que o real está se valorizando?

Fatores internos:

  • Melhora fiscal: O governo brasileiro, pressionado, foi obrigado a adotar medidas de contenção de gastos, o que fortaleceu a confiança dos investidores.

  • Alta dos juros: Com a Selic em 14,75%, o diferencial em relação aos juros dos EUA chega a 10,25%, atraindo capital estrangeiro e valorizando o real.

  • Possível alternância de poder em 2026: O aumento da reprovação ao governo Lula abre espaço para uma expectativa de mudança, o que o mercado enxerga como positivo para a condução fiscal futura.

Fatores externos:

  • Dólar fraco no mundo: A política dos EUA, agora sob Donald Trump, visa enfraquecer o dólar como estratégia econômica. Isso tem impactado várias moedas, inclusive o real, que se valoriza no comparativo.

  • Melhora nos termos de troca: Commodities exportadas pelo Brasil, como soja e petróleo, estão em patamares elevados, fortalecendo a balança comercial e pressionando o dólar para baixo.

Para onde vai o dólar?

Análises técnicas e fundamentos econômicos indicam que o câmbio ainda está cerca de 16% acima do valor justo, calculado atualmente em R$ 4,73. Ou seja, existe espaço para que o dólar caia ainda mais no médio prazo.

A combinação de juros elevados, equilíbrio fiscal e termos de troca favoráveis sustenta essa expectativa, embora ela dependa da manutenção do cenário interno e do contexto internacional.

Ainda faz sentido dolarizar patrimônio?

Apesar da queda recente, especialistas alertam que a diversificação internacional não deve ser encarada como uma simples aposta no câmbio. Investir no exterior é uma estratégia de proteção contra riscos locais — econômicos, políticos e jurídicos — e continua válida no longo prazo, independentemente das oscilações momentâneas do dólar.

O câmbio reflete um equilíbrio complexo entre fundamentos econômicos, expectativas políticas e movimentos globais. A trajetória recente de queda do dólar no Brasil parece sustentável, desde que se mantenham os vetores atuais, mas investidores devem continuar atentos aos riscos fiscais e políticos, principalmente com as eleições de 2026 no horizonte.

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