Selic a 15%: 3 FIIs que mais ganham com juros altos

A elevação da taxa Selic para 15% em junho de 2025 — o maior patamar dos últimos 20 anos — impacta diretamente diversos setores da economia, incluindo o mercado de fundos imobiliários. Com juros elevados, os FIIs de papel, indexados majoritariamente ao CDI, se tornam ainda mais atrativos devido ao aumento no pagamento de dividendos.

Entre os fundos que mais se beneficiam deste cenário estão KNCR11, VGIR11 e KNUI11, que possuem portfólios praticamente 100% atrelados ao CDI, além de apresentarem alto grau de liquidez e histórico consistente de distribuição.

KNCR11: segurança e robustez com patrimônio de R$ 7,8 bilhões

O Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11) é um dos maiores fundos do mercado, com patrimônio líquido de R$ 7,8 bilhões e mais de 407 mil cotistas. Seu portfólio é composto 100% por CRIs indexados ao CDI, o que garante repasses diretos do aumento da Selic para os cotistas.

  • Cotação: R$ 104,12

  • P/VP: 1,02

  • Dividend yield (12 meses): 11,83%

  • Último dividendo: R$ 1,20 por cota (referente a junho de 2025)

  • Liquidez média diária: superior a R$ 10 milhões

Diversificação e baixo risco

O fundo tem uma excelente pulverização. Seu maior devedor representa apenas 4% do PL, sendo a JHSF Malls. O restante está distribuído entre os setores de escritórios, logística e shoppings, considerados segmentos de alta resiliência.

Rentabilidade atrelada à Selic

Com 100% da carteira atrelada ao CDI, o fundo aumenta seus proventos na mesma proporção que a Selic sobe. As operações possuem spreads médios entre CDI + 2% e CDI + 3%, mantendo um perfil conservador mesmo em cenário de juros elevados.

VGIR11: alta rentabilidade, mas com mais risco

O Valora CRI CDI (VGIR11) é um FII de papel que também tem sua carteira 100% alocada em CRIs indexados ao CDI, sendo um dos que mais se beneficia da Selic em 15%.

  • Cotação: R$ 9,42

  • P/VP: 0,97 (abaixo do valor patrimonial)

  • Dividend yield (12 meses): 13,85%

  • Último dividendo: R$ 0,12 por cota (junho de 2025)

  • Patrimônio: R$ 1,43 bilhão

  • Cotistas: 255 mil

  • Liquidez média diária: superior a R$ 5 milhões

Concentração de risco

Apesar da atratividade dos rendimentos, o fundo possui alta concentração no grupo Helbor, que responde por aproximadamente 20% do patrimônio líquido, diluído em diversos CRIs.

Setores de atuação

A maior parte dos CRIs está exposta ao segmento residencial (77%), seguido por escritórios e shopping centers, o que adiciona risco específico ao portfólio.

KNUI11: o FII high yield da Kinea com dividendos acima de 13%

O Kinea Unique (KNUI11) é uma opção para quem busca alta rentabilidade, aceitando maior exposição a risco. Com perfil high yield, o fundo investe em CRIs atrelados ao CDI com taxas médias mais elevadas.

  • Cotação: R$ 103,94

  • P/VP: 1,03

  • Dividend yield (12 meses): 13,12%

  • Último dividendo: R$ 1,35 por cota (junho de 2025)

  • Patrimônio: R$ 1,5 bilhão

  • Cotistas: 37 mil

  • Liquidez média diária: superior a R$ 2 milhões

Composição da carteira

Cerca de 90% do portfólio está alocado em CRIs indexados ao CDI, com spreads médios que chegam a CDI + 5,5% ou até mais, o que explica os rendimentos elevados.

Gestão do risco

Apesar do perfil mais agressivo, o KNUI11 não apresenta concentração excessiva. Seu maior devedor representa apenas 6% do PL, enquanto o restante da carteira é bem pulverizado, principalmente nos segmentos residencial pulverizado e corporativo.

Impacto da Selic a 15% no mercado de FIIs

A elevação da Selic para 15%, confirmada na reunião do Copom de junho de 2025, deve permanecer até, pelo menos, o primeiro semestre de 2026, segundo projeções do mercado. Isso favorece diretamente fundos de papel, principalmente os indexados ao CDI, como os três listados.

Por outro lado, FIIs de tijolo e setores mais sensíveis aos juros, como shopping e logística, tendem a sofrer mais pressão, tanto nas cotas quanto nos rendimentos, durante esse período de juros elevados.

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