Apaixonado por fuscas desde a infância, morador de Sorocaba mantém coleção com carro comprado há mais de três décadas: ‘Paixão mundial’


Ao g1, Emerson Gagliardi conta um pouco sobre a sua paixão pelo Fusca, um veículo que marcou época nas estradas do Brasil e que mexe com o sentimentos de muitos até os dias atuais. Emerson Gagliardi mantém uma coleção de fuscas em Sorocaba (SP)
Arquivo pessoal
Fusca, um veículo que fez e faz parte, pelo menos, de boa parte das famílias brasileiras tem um espaço especial na vida de Emerson Gagliardi, de 48 anos, que desde pequeno sempre foi apaixonado pelos modelos.
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Neste dia em que se comemora o Dia Nacional do Fusca, o g1 pegou “carona” com Emerson, que contou como surgiu essa paixão pelo “Fuca”.
“A minha paixão pelo fusca começou ainda quando eu era pequeno. Com cinco ou seis anos de idade, eu sempre ficava admirado vendo e ouvindo o barulho do veículo. Com 14 anos, em 1992, fiquei enchendo a paciência do meu pai e compramos o meu primeiro ‘fusquinha 69’. Eu tive que vender a minha mobilete e juntar com um pouco da mesada que meu pai me dava. Compramos e tenho ele até hoje na minha garagem”, comenta.
Emerson lembra que, mesmo seu pai não sendo apaixonado por fusca como ele, sempre o incentivou e entendeu o amor do filho pelo carro. “Com 16 anos, me tornei sócio do Fusca Clube de Sorocaba e depois do Fusca Clube do Brasil. E como a sede era em São Paulo, meu pai, sabendo da importância daquilo para mim, me levava. Lembro que, além de incentivar, ele também fazia questão de participar comigo”, relata, emocionado.
Emerson Gagliardi com o fusca que comprou ainda na adolescência dando uma volta no Autódromo de Interlagos em São Paulo
Arquivo pessoal
🚞 Volta de Interlagos
No famoso autódromo de Interlagos, pista por onde grandes pilotos correram — inclusive o gênio brasileiro Ayrton Senna —, Emerson lembra emocionado quando pôde fazer uma volta com o pai ao seu lado.
“Quando eu tinha 16 anos, meu pai me levou ao evento realizado pelo Fusca Clube São Paulo, em Interlagos, e lá eu pude dar uma volta na pista do autódromo com meu fusquinha 69, que tenho até hoje. Mesmo sendo menor de idade e na época era permitido, fiquei emocionado ao ver meu pai no outro banco. Para mim, parecia que eu estava sendo campeão do mundo”, lembra, emocionado.
Um dos quatro fuscas da coleção de Emerson Gagliardi
Arquivo pessoal
🚘 Uma coleção de quatro rodas
Atualmente, Emerson conta com uma coleção de quatro fuscas, sendo o primeiro carro dele o Fusca 69, um prata 1996 popularmente conhecido como Fusca Itamar, o segundo carro que ele e o pai compraram juntos.
“Ainda tenho também um Fusca 1970 verde, que comprei de uma senhora de São Paulo que tinha ele zero quilômetro. Além disso, tenho um fusca 74, Ocre Marajó, que faz parte da minha vida. Desde os meus 11 anos, eu sempre quis ter um desses e ficava indo ver o carro na casa do vizinho da minha família, que tinha um”, lembra.
O xodó de Emerson Gagliardi é esse fusca Ocre Marajó 1974
Arquivo pessoal
🚗 Ocre Marajó
O Fusca Ocre Marajó sempre foi uma aquisição que levou tempo, mas que, mesmo demorando, valeu a pena. Emerson lembra de quando seu pai o levou até a casa do vizinho para poder ver de perto e tocar no carro.
“Eu lembro que ficava pedindo ao meu pai para me levar à casa do vizinho. Nessa época, eu tinha de 11 para 12 anos, em 1989. E o vizinho tinha na garagem um fusca 1974 com apenas 16 mil km. Quando entrei na garagem e fui ver o carro, fiquei encantado. O vizinho me disse que, mesmo o carro estando parado, ele o ligava toda semana e o movimentava no corredor da garagem. Ele estava parado desde o falecimento da tia dele, que era a dona do carro”, comenta.
O fusca, desde 1989, ficava “preso” atrás de dois portões, enquanto a história e a vida aconteciam do lado de fora. Emerson lembra que, por muito tempo, só conseguia ver a silhueta do carro. “Com o tempo, fiquei preocupado, pois pensei que poderiam vender o carro. Foi aí que meu irmão, durante um almoço, descobriu que o fusca não tinha sido vendido e que estava no barracão. Me senti aliviado com aquela notícia”, relata.
O veículo, herdado pelo vizinho, estava em bom estado, pois, desde quando a mulher ainda era viva, faziam pequenas viagens para cidades vizinhas como São Roque e Tietê (SP). Com o tempo, Emerson conseguiu encontrar a filha do vizinho, que havia guardado o carro.
“A moça me contou que o pai dela também não quis usar o carro nem se desfazer dele. E, depois do falecimento dele, ela também não quis vender o carro, pela afetividade que o pai tinha. Ela mantinha o carro em um galpão em Sorocaba (SP). Em 2020, consegui convencê-la de que cuidaria muito bem do veículo. E foi assim que, depois de uma longa conversa, comprei o carro dela. Ele tinha apenas 16.600 km rodados e estava super preservado”, lembra.
Quando o fusca saiu da garagem para os cuidados de Emerson, ele lembra que passou um filme em sua cabeça, lembrando daquele menino que sempre foi apaixonado pelo carro e que agora seria o responsável por cuidar dele.
“Foi uma emoção enorme o dia em que tirei o carro da garagem, depois de tantos anos. O irmão da dona me ajudou. Tinham muitos itens guardados na frente do carro, que estava no mesmo lugar desde 1998. Era um sonho de infância. Desde os meus 11 anos, eu acompanhava esse Fusca. E, mais de 30 anos depois, já com mais de 40 anos de idade, ele era meu. Por isso, realizar esse sonho foi uma sensação única.”
Por fim, Emerson lembra dessa data e da sua paixão por esse veículo, que ajudou a contar a história de muitas famílias no Brasil. E que esse reconhecimento mostra que não é algo importante só para ele, mas também para muitas outras pessoas que foram impactadas, de alguma maneira, pelo carro.
“Minha paixão pelo Fusca é algo que vou levar para a vida toda, algo que vem da minha infância e que vai acompanhar a minha jornada. Não é só no Brasil. O Fusca é uma paixão mundial. Ele conquistou o mundo inteiro, e por isso o Dia Mundial do Fusca, em 22 de junho, tem um significado tão importante”, conclui.
Ocre Marajó antes da reforma e de ser comprado por Emerson Gagliardi
Arquivo pessoal
*Colaborou sob supervisão de Gabriela Almeida
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