O peso da inflação no bolso dos brasileiros segue crescente. Segundo levantamento do Instituto Datafolha, 58% da população afirma estar comprando menos alimentos devido à alta dos preços. O dado escancara o impacto direto da inflação no dia a dia, especialmente nas classes mais vulneráveis: entre os mais pobres, o percentual sobe para alarmantes 67%.
A pesquisa, realizada com 3.054 pessoas com 16 anos ou mais em 172 municípios brasileiros, revela uma mudança generalizada nos hábitos de consumo: 8 em cada 10 brasileiros relataram ter adotado novos comportamentos diante da escalada nos preços. As estratégias vão desde reduzir saídas para refeições fora de casa até trocar marcas tradicionais por alternativas mais baratas o café, símbolo do café da manhã brasileiro, é um dos produtos com maior troca de marca.
Outro dado preocupante da sondagem é que um em cada quatro brasileiros diz ter menos comida do que o suficiente em casa. Essa estatística evidencia um agravamento da insegurança alimentar no país, mesmo diante de programas sociais e políticas de transferência de renda em vigor.
Inflação elevada anula o efeito dos auxílios
O desafio enfrentado pela população não é apenas a queda no poder de compra, mas a dificuldade do governo em equilibrar dois pilares essenciais: o combate à pobreza e o controle da inflação. De nada adianta ampliar o repasse de benefícios se os preços continuam subindo e corroendo o valor recebido.
Especialistas apontam que, mesmo com juros elevados, a inflação se mantém resistente no Brasil. Um dos motivos seria o aumento da demanda no pós-pandemia, com o consumo reprimido voltando com força. Esse cenário dificulta o trabalho da política monetária, já que o nível de consumo elevado tende a pressionar ainda mais os preços, mesmo com crédito mais caro.
Enquanto a taxa de juros segue em patamar elevado e o controle da inflação ainda se mostra ineficiente, a população lida como pode com o novo custo de vida. A pesquisa do Datafolha escancara essa realidade, principalmente entre os brasileiros mais pobres, que acabam sentindo com mais intensidade os efeitos da inflação na mesa.
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