Banco do Brasil despenca e mercado projeta dividendos menores

O Banco do Brasil (BBAS3) enfrenta uma das maiores pressões do mercado nos últimos anos. A combinação do aumento da inadimplência no setor agropecuário e a deterioração dos resultados no primeiro trimestre de 2025 acendeu o sinal de alerta entre investidores e analistas.

O lucro líquido do banco caiu 20%, saindo da expectativa de R$ 9 bilhões para R$ 7,33 bilhões no trimestre, o que levou as ações a acumularem uma queda de 26% no ano.

A situação chamou atenção até de Luise Barsi, filha do maior investidor pessoa física da Bolsa brasileira, Luiz Barsi. Ela afirmou nas redes sociais que “torce para que o Banco do Brasil deixe de ser queridinha” do mercado, justamente para aproveitar a queda das ações e aumentar sua posição no ativo.

Payout em risco: dividendos devem encolher

O maior ponto de atenção agora está na política de dividendos do Banco do Brasil. Segundo relatório do JP Morgan, o payout atual, que varia entre 40% e 45%, pode se tornar insustentável. O banco americano projeta que o BB deve reduzir essa distribuição para cerca de 30% dos lucros, a fim de preservar seu capital e sustentar a expansão da carteira de crédito.

Caso essa previsão se confirme, a remuneração dos acionistas sofrerá forte impacto. Simulações indicam que, com um payout de 30%, o dividend yield cairá de 9,6% para 7,2% na cotação atual, enquanto o preço teto da ação, para quem exige 9% de yield, recua de R$ 23 para apenas R$ 17.

BTG vê recuperação, mas não antes de 2026

O BTG Pactual mantém recomendação neutra para BBAS3, com preço-alvo de R$ 30 — o que representa um potencial de alta de 39%. A casa de análise projeta uma recuperação lenta dos lucros e do retorno sobre patrimônio (ROE), que deve ficar em 15% em 2025 e 16% em 2026.

Apesar das dificuldades no curto prazo, a expectativa é de que os dividendos voltem a crescer a partir de 2026, à medida que a carteira agro se estabilize e a inadimplência diminua.

A volatilidade é parte do jogo

A fala de Luise Barsi reflete um comportamento típico da Bolsa: quando as ações estão em alta, os investidores se empolgam, mas qualquer sinal de deterioração leva a fortes correções e mudança rápida de narrativa.

Historicamente, investidores como ela e seu pai acumulam grandes posições justamente em momentos de pessimismo, apostando na recuperação dos ativos no longo prazo.

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