Brasil aproveita trégua tarifária dos EUA e negocia cotas comerciais para aço, alumínio e agronegócio

O governo brasileiro está aproveitando uma janela estratégica no cenário internacional: a trégua de 90 dias nas tarifas comerciais imposta pelos Estados Unidos. Com a tarifa de até 145% ainda em vigor exclusivamente para a China, o Brasil vê uma oportunidade de ocupar espaço no mercado norte-americano, especialmente nos setores de alumínio e aço.

Com o recuo temporário das medidas protecionistas norte-americanas, o Itamaraty promoveu na última semana uma videoconferência com representantes do governo dos Estados Unidos para discutir a criação de cotas comerciais. A expectativa é que novas rodadas de negociação ocorram nas próximas semanas. Inclusive, uma nova comitiva técnica brasileira pode viajar aos EUA, podendo incluir o vice-presidente, como parte do esforço diplomático para fechar acordos comerciais.

Ofensiva também mira exportações agrícolas para China, União Europeia e Japão

Paralelamente, o Brasil iniciou conversas com a China e a União Europeia para ampliar as exportações do agronegócio. A tensão entre Pequim e Washington, agravada pelas novas tarifas impostas pelos EUA, tem levado a China a buscar novos fornecedores e o Brasil surge como parceiro estratégico.

O governo brasileiro busca aumentar a fatia da soja brasileira no mercado chinês, passando dos atuais 75% para pelo menos 80%. O setor de carnes também está no radar: o Japão, um dos maiores consumidores de carne bovina americana, fará uma visita técnica ao Brasil para avaliar a qualidade do gado nacional e confirmar a erradicação da febre aftosa. A expectativa é que essa avaliação abra caminho para o acesso da carne bovina brasileira ao mercado japonês.

Diplomacia comercial ganha protagonismo no primeiro semestre

As ações fazem parte de uma estratégia ampla do governo para reforçar o protagonismo do Brasil no comércio internacional em meio às tensões entre potências globais. O presidente Lula pretende levar essas propostas para a China e para a França ainda no primeiro semestre deste ano, destacando a competitividade do agronegócio brasileiro e os benefícios de parcerias com países fora da órbita de influência dos EUA.

Com a instabilidade nas relações comerciais entre China e Estados Unidos, o Brasil tenta se posicionar como um elo confiável e eficiente nas cadeias globais de suprimento um movimento que pode trazer benefícios relevantes para diversos setores da economia brasileira.

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