“Tenho os pés mais firmes, mas sem perder a inquietude”, diz Rachel Reis

Neste sábado, 28, a turnê Divina Tour, da cantora Rachel Reis chega à cidade e promete oferecer ao público presente na Concha Acústica do Teatro Castro Alves uma experiência intensa, sensorial e visualmente marcante, que reflete a potência do disco Divina Casca, seu álbum mais recente.O espetáculo é roteirizado como um rito de passagem: das dores às celebrações, das feridas às flores, do íntimo ao coletivo. No repertório, faixas como Casca, Alvoroço, Ensolarada, Apavoro, Sexy Yemanjá e outras composições que fazem parte do novo disco – além, claro, de sucessos do álbum de estreia Meu Esquema (2022), que lançou Rachel ao reconhecimento nacional.Segundo a artista, a turnê chega com um novo formato de banda e um setlist desenhado para conduzir o público por todas as fases emocionais que o álbum propõe, começando mais leve, ganhando força e depois voltando para um espaço mais íntimo.“Ao pensar no show, a gente quis criar uma experiência que vai além da música, algo que envolva quem está ali de verdade. As luzes, as projeções e o figurino ajudam a contar uma história, a mexer com as emoções do público de forma delicada e intensa”, explica Rachel ao jornal A TARDE.Construção da ‘Casca’A artista de 28 anos, conhecida carinhosamente pelo público como Sereiona, explica que o título do álbum Divina Casca reflete as vivências que moldaram sua trajetória.“O disco fala sobre esse processo de construção e reconstrução, de olhar com mais cuidado para essa base que me sustenta e me leva pela vida. Essa casca literal e simbólica que me protege e me impulsiona, mesmo sabendo que não é sempre um caminho fácil”, afirma a artista.A frase que abre o single Casca – “Não há ninguém que eu queira ser além de mim” — resume o espírito da obra: um retrato do amadurecimento de uma jovem artista que afirma sua autenticidade no cenário musical.A canção, que dá início ao álbum, também ganhou um videoclipe com referências ao fundo do mar, evocando a imagem da sereia, símbolo com o qual Rachel Reis é frequentemente associada.Composto por 15 faixas inéditas, o álbum traz participações especiais de nomes como BaianaSystem, Don L, Rincon Sapiência e Psirico, e apresenta uma sonoridade que mistura samba, MPB, reggae, axé e pop eletrônico – marca do estilo híbrido da cantora.“Divina Casca foi nascendo no ritmo das coisas que eu vivo e escuto. Sempre me perguntam que estilo eu canto, como se eu precisasse de um rótulo para caber. Isso não faz sentido para mim”, afirma.“Sou baiana, e a Bahia tem essa força natural de misturar, reinventar e não se limitar. Quis deixar a música respirar sem pressão, deixar que ela se movesse como o corpo – instintiva, viva, fresca”, reivindica Rachel.

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Carreira e caminhosFoi com o lançamento do álbum Meu Esquema (2022) que Rachel Reis alcançou projeção nacional. Segundo a artista, esse primeiro trabalho surgiu em meio a um cenário de incertezas e descobertas.“Quando lancei Meu Esquema, eu estava juntando peças que nem sempre encaixavam, tentando dar forma a um sonho que ainda parecia meio distante. Era um momento de muita busca, de tentar equilibrar a vontade de crescer na música com as necessidades da vida que não paravam”, relembra Rachel.Natural de Feira de Santana, ela enfrentou os desafios de deixar sua cidade e trilhar um caminho ainda indefinido, aprendendo na prática a se mover entre o sonho artístico e a realidade cotidiana.“Saí da minha cidade, fui rodando por aí, resolvendo as coisas no caminho. Hoje, com Divina Casca, sinto que estou mais presente, mais conectada comigo mesma e com o que quero dizer. Tenho os pés mais firmes, mas sem perder aquela inquietude que me faz seguir adiante”.Esse amadurecimento se reflete de forma intensa no novo álbum, que representa uma etapa de maior enraizamento e consciência. A “casca” que dá nome ao disco simboliza esse processo de autoconhecimento e resistência.“Essa casca que eu carrego é parte do que sou, e tenho muita gratidão por isso. Tenho aprendido a valorizar cada vez mais o presente e a pessoa que vou me tornando a cada dia, com tudo o que tenho – inclusive minhas contradições.”

|  Foto: Divulgação

Show em SalvadorSalvador será a segunda cidade a receber a turnê Divina Tour, após a estreia em Brasília.Para Rachel Reis, o primeiro show foi intenso e transformador. “No estúdio tudo é mais fechado, uma construção delicada, mas no palco tudo se abre, vira energia e presença. Foi preciso reviver as sensações do processo de criação, mas agora deixando o corpo falar junto – com cada gesto, cada olhar e cada nota”, conta.Apesar de Salvador não ser a primeira parada, a cantora garante que o público soteropolitano pode esperar por uma apresentação especial, com a mesma entrega e ainda mais emoção.“Em cada show, as músicas ganham uma nova vida. É um encontro direto entre mim e o público, sem intermediários. Cada cidade tem seu próprio ritmo, sua própria energia, e eu estou muito ansiosa para sentir isso em Salvador”, confessa a cantora.Rachel revela que o show contará com surpresas e promete um espetáculo marcante. “Quem for ao show pode esperar essa mistura de sensações, com uma energia sincera e aquela doçura que acompanha as músicas que já são conhecidas e queridas. Tem sim, surpresas – mas prefiro deixar que elas apareçam na hora. Tô ansiosa”, conclui Rachel.Rachel Reis – Divina Tour / Sábado (28), 18h / Concha Acústica do Teatro Castro Alves / Ingressos entre R$ 90 e R$ 150 / Vendas: Sympla e Bilheteria TCA / Classificação: 14 anos*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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