O fundo imobiliário HGRE11, gerido pela Credit Suisse Hedging-Griffo, anunciou lucros expressivos com a venda de ativos corporativos no mês, impulsionando sua expectativa de distribuição de até R$ 2 por cota até o fim do semestre. O fundo negocia atualmente com desconto de cerca de 27% em relação ao seu valor patrimonial e prepara uma “porradona” nos rendimentos, conforme antecipado no relatório gerencial.
Vendas com ágio e impacto direto no resultado
Em junho, o HGRE11 concluiu vendas relevantes de ativos com elevado ágio, entre elas:
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Quatro conjuntos no Edifício Berrini One: três locados e um vago, gerando R$ 1,34 por cota de lucro. A venda foi feita por R$ 78 milhões à vista, com preço por metro quadrado de R$ 23 mil — 15% acima do laudo de avaliação, 30% acima do custo e **60% acima do valor de mercado implícito na cota atual;
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Conjunto no Edifício Transatlântico: venda parcelada, com impacto adicional de R$ 0,01 por cota no resultado do mês;
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Nova parcela do ativo Brasil Park: mais R$ 0,01 por cota.
Com isso, o fundo registrou receita de R$ 2,37 por cota, distribuiu R$ 0,85 e acumulou R$ 1,27 em reservas, totalizando R$ 3,73 por cota em saldo para distribuição futura.
Projeção de até R$ 2 por cota no semestre
Conforme a regra dos fundos imobiliários, 95% do lucro semestral deve ser distribuído aos cotistas. Com R$ 1,70 em reservas acumuladas após os 5% retidos, e uma receita operacional mensal média entre R$ 0,74 e R$ 0,80, a gestora projeta uma distribuição de até R$ 2 por cota ainda no semestre, reforçando a atratividade do fundo.
Vacância em queda com vendas e novas locações
Com a venda de ativos vagos, a vacância física caiu para cerca de 13%, bem abaixo dos picos de 30% registrados no passado. Há negociações em andamento que, se concretizadas, podem reduzir ainda mais esse índice.
Um contrato em tratativa com um órgão público, referente a 7 mil m², pode reduzir a vacância para menos de 9%. O fundo hoje tem 19 mil m² desocupados, o que mostra forte potencial de absorção.
Portfólio reciclado e foco em imóveis de maior qualidade
A estratégia da gestão tem sido se desfazer de ativos de padrão B, C e BB, priorizando imóveis classe A ou AAA, ou redirecionando o caixa para fundos imobiliários com desconto e potencial de valorização.
O HGRE11 também aumentou a alocação em renda fixa e cotas de FIIs, com cerca de R$ 200 milhões em caixa aplicados em LCIs, CRIs e cotas de fundos como JSRE11, CORM11 e SAR11. A compra de SAR11 ocorreu antes da comunicação de sua liquidação, o que pode antecipar ganhos ao fundo.
Estrutura financeira sólida e sem alavancagem relevante
O HGRE11 não possui alavancagem relevante. A única dívida — um CRI com vencimento em 2028 — é mantida devido à multa de pré-pagamento. A gestão realiza hedge com aplicações em CRIs de mesma duration e perfil, mantendo o fundo financeiramente equilibrado.
Cotação com desconto e base de cotistas em queda
O fundo negocia a cerca de R$ 115, enquanto seu valor patrimonial gira em torno de R$ 157, evidenciando um desconto de aproximadamente 27%.
Mesmo com melhora operacional, a base de investidores encolheu nos últimos 12 meses, passando de 100 mil para cerca de 90 mil cotistas — uma queda de quase 10%. A gestão não comentou diretamente a saída, mas reforça a solidez dos fundamentos.
Potencial de valorização e ganhos futuros
A estimativa da gestão é de que, caso a vacância continue caindo e os novos contratos se confirmem, a receita por cota pode subir de R$ 0,82 para R$ 0,97, adicionando até R$ 0,15 por cota nos rendimentos mensais.
Mesmo com o cenário macroeconômico desafiador, o fundo entra no segundo semestre com alto caixa, vacância em queda, ganhos acumulados e expectativa de distribuição robusta, sustentando sua posição como um dos principais FIIs de lajes da B3.
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