Ação da Vale está de graça? Descubra por que analistas estão de olho em 2025

A ação da Vale (VALE3), uma das mais conhecidas e negociadas da bolsa brasileira, tem enfrentado quedas acentuadas nos últimos anos. Desde seu pico em 2021, acumula desvalorização de mais de 50%, deixando muitos investidores em dúvida: a empresa está realmente em crise — ou seria essa uma oportunidade rara de compra?

O que está acontecendo com a Vale?

A Vale continua sendo uma das maiores mineradoras do mundo, com cerca de 80% da sua receita vinda da extração e venda de minério de ferro. O problema atual da empresa, no entanto, não é de gestão — é de contexto global.

O principal fator por trás da queda das ações da Vale é a queda expressiva no preço do minério de ferro, sua commodity principal. O valor da tonelada, que chegou a ser negociado entre US$ 218 e US$ 220 em 2021, despencou para cerca de US$ 95 em 2025. Isso afetou diretamente a receita e os lucros da mineradora.

Por que o minério de ferro está caindo?

A resposta vem da China, maior compradora mundial do minério da Vale. O setor imobiliário chinês, principal consumidor desse insumo, entrou em desaceleração. A venda de moradias no país caiu cerca de 2% até abril de 2025. Com menos demanda por construção, caiu também a necessidade de minério — e consequentemente, seu preço.

O impacto nos resultados da Vale

O reflexo disso tudo apareceu com força no balanço do primeiro trimestre de 2025. O lucro líquido da companhia caiu 17% em relação ao ano anterior, principalmente por conta da queda de 10% no preço médio de venda do minério.

Além disso, a Vale ainda carrega pesados passivos de indenizações bilionárias referentes aos desastres de Brumadinho e Mariana. Os acordos de reparação somam cerca de R$ 50 bilhões — cerca de 25% da receita total de 2024.

Estratégia da empresa: diversificação e transição energética

Para reduzir a dependência do minério de ferro e da China, a Vale tem apostado em metais ligados à transição energética, como cobre e níquel. Essa linha de receita já representa cerca de 20% do total da companhia.

Apesar disso, os custos de produção desses metais ainda são altos — cerca de 70% da receita gerada — o que pressiona as margens e mostra que a transição ainda está em fase inicial. O minério de ferro, apesar da queda, continua sendo mais lucrativo por enquanto.

A Vale está barata? O que dizem os números

Mesmo diante desse cenário desafiador, análises quantitativas indicam que a Vale pode estar extremamente descontada. Utilizando métricas como o EV/EBIT (Enterprise Value sobre Lucro Operacional), especialistas identificam que a empresa gera um fluxo de caixa robusto em relação ao seu valor de mercado.

  • Geração de caixa operacional (últimos 12 meses): R$ 53 bilhões

  • Enterprise Value (EV): R$ 314 bilhões

  • EV/EBIT: próximo de 6

  • Yield estimado baseado em fluxo de caixa: cerca de 18%

Esses dados colocam a Vale entre as 20 ações mais baratas da bolsa segundo análises do Clube do Valor, com potencial de valorização de até 64%, segundo estimativas do Goldman Sachs.

Por que o mercado está ignorando esse valor?

O pessimismo do mercado decorre da incerteza em torno da recuperação da China e da pressão contínua no preço do minério. Além disso, os passivos da empresa ainda pesam, e sua transição para um portfólio mais diversificado deve levar tempo.

Entretanto, a empresa segue pagando dividendos robustos — acima de 9% — e demonstrando resiliência em manter caixa e resultados mesmo em períodos de baixa.

O que isso significa para o investidor?

A ação da Vale, negociada hoje com múltiplos historicamente baixos, pode ser um dos exemplos clássicos de assimetria entre preço e valor. Para o investidor que busca empresas com grande geração de caixa e potencial de recuperação, pode ser uma aposta interessante — desde que bem posicionada em uma carteira diversificada.

“Se o ciclo de commodities se reaquecer, especialmente com estímulos da China, a Vale pode ser um dos grandes destaques de valorização nos próximos anos”, afirma um analista do mercado consultado.

Hora de comprar VALE3?

A decisão final deve levar em conta o perfil de risco do investidor e seus objetivos. No entanto, os números mostram que, do ponto de vista quantitativo, a Vale está barata como poucas vezes esteve.

Com fundamentos sólidos, forte geração de caixa, dividendos acima da média e uma estratégia clara para o futuro, a Vale pode ser uma das oportunidades mais atrativas da bolsa em 2025 — para quem souber esperar.

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