O Banco do Brasil (BBAS3) enfrenta um cenário desafiador em 2025, com impacto direto sobre seus lucros e projeções de dividendos. A cotação atual das ações, em torno de R$ 21,73, reflete o pessimismo do mercado diante de fatores como aumento de provisões, inadimplência bilionária e desaceleração no lucro líquido. A situação ocorre em meio à divulgação de resultados fracos no 1º trimestre e à expectativa de novas pressões no 2º trimestre.
Ações em queda e projeções abaixo do histórico
As ações BBAS3 acumulam queda significativa desde o início do ano. O papel, que chegou a ser negociado a R$ 29,30 em maio, atingiu mínimas recentes de R$ 21,90 em junho. A faixa atual representa uma margem de segurança de 29%, considerando o preço teto médio projetado de R$ 28,13, segundo dados da plataforma AGF.
O consenso de mercado indica que, caso haja recuperação nos lucros, as ações poderiam alcançar até R$ 30,56 até o fim de 2025. No entanto, esse cenário depende diretamente da reversão nas perdas operacionais e da contenção nas provisões para devedores duvidosos (PDDs).
Provisões superam receita de serviços
Um dos pontos mais preocupantes é o volume de provisões registrado no primeiro semestre de 2025. Atualmente, o Banco do Brasil acumula R$ 43 bilhões em PDDs e R$ 9 bilhões em provisão para imposto de renda, totalizando R$ 52 bilhões — valor superior à receita de serviços da instituição, estimada em R$ 35 bilhões.
Esse descompasso entre receita e provisões compromete diretamente a lucratividade do banco e aumenta o risco de novos cortes nos dividendos distribuídos aos acionistas.
Inadimplência bilionária no FIES e no agro
Outro fator de pressão é a crescente inadimplência em linhas de crédito. Segundo analistas de mercado, o Banco do Brasil pode ser impactado por até R$ 15 bilhões de inadimplência no Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). O problema se soma à já elevada inadimplência no setor agropecuário, que tem exigido aumentos sucessivos nas provisões e afeta negativamente os resultados do banco.
Dividendos projetados para 2025 podem cair 26%
Com base nas estimativas atuais, o Banco do Brasil deve pagar R$ 1,92 por ação em dividendos brutos em 2025, valor 26% inferior ao total distribuído em 2024, que foi de R$ 2,61 por ação. A projeção considera o cenário de maior inadimplência, aumento das provisões e desaceleração da geração de receita.
Para 2026, a plataforma AGF projeta leve recuperação, com expectativa de R$ 2,14 por ação, desde que os resultados do terceiro e quarto trimestres de 2025 apresentem melhora consistente.
Aluguel de ações em alta sinaliza cautela
Outro indicador de alerta é o volume de aluguel de ações BBAS3, que atingiu em maio o maior patamar dos últimos anos. A elevação sugere movimento de proteção por parte de investidores institucionais, diante do aumento de risco e expectativa de novos declínios na cotação.
O post Banco do Brasil (BBAS3): dividendos em queda e provisões bilionárias preocupam mercado apareceu primeiro em O Petróleo.