Lula manifesta a aliados desejo de visitar Cristina Kirchner, que está em prisão domiciliar


Segundo imprensa argentina, defesa da ex-presidente fez solicitação à Justiça. Lula estará na quarta e quinta-feira em Buenos Aires para cúpula do Mercosul. O presidente Lula e a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner
REUTERS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou a aliados o desejo de visitar a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner durante viagem a Buenos Aires nesta quarta (2) e quinta-feira (3).
Lula aguarda uma autorização da Justiça argentina, já que a ex-presidente está em prisão domiciliar desde 17 de junho, condenada a seis anos de prisão por corrupção.
De acordo com o jornal argentino “Clarín”, o advogado de Cristina fez a solicitação na terça-feira (1º).
Lula viaja para Buenos Aires nesta quarta a fim de participar, na quinta, da cúpula do Mercosul. Na ocasião, o Brasil assumirá a presidência rotativa do bloco sul-americano – cada integrante dirige o grupo por seis meses.
Auxiliares de Lula aguardam a resposta da Justiça argentina para tentar encaixar a visita entre os compromissos do presidente.
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Gesto de solidariedade
De acordo com interlocutores da área internacional do Palácio do Planalto, a visita é interpretada como um gesto de solidariedade à ex-presidente. No mês passado, Lula telefonou para Cristina e se mostrou solidário à sua situação.
Entre 2018 e 2019, Lula ficou preso durante 580 dias, em Curitiba. O petista teve as condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pôde disputar, com sucesso, as eleições de 2022.
Lula foi visitado na prisão em 2019 por Alberto Fernández, então candidato a presidente da Argentina na chapa com Cristina.
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A condenação de Cristina
Cristina está detida em seu apartamento no bairro de Monserrat, em Buenos Aires, desde 17 de junho. Ela foi autorizada a cumprir prisão domiciliar por ter mais de 70 anos. A Justiça também permitiu que ela recebesse visitas, desde que solicitadas com antecedência.
Cristina governou a Argentina por dois mandatos, entre 2007 e 2015. Mais tarde, foi vice-presidente durante o governo de Alberto Fernández, de 2019 a 2023.
A ex-presidente foi condenada por favorecer Lázaro Báez, dono de uma empreiteira e amigo dela e do seu marido Néstor Kirchner, que governou a Argentina entre 2003 e 2007.
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Segundo a denúncia, o empresário venceu 51 licitações para obras públicas, muitas delas superfaturadas e sequer concluídas. Báez repassava parte dos recursos públicos das obras para os Kirchner.
Após a Suprema Corte da Argentina determina sua prisão, Cristina afirmou que é alvo de uma perseguição política e disse que a sentença já estava escrita. Ela também chamou os juízes que confirmaram sua condenação de “fantoches”.
Mercosul
Na reunião do Mercosul, Lula receberá do presidente da Argentina, Javier Milei, a presidência do bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.
Lula comandará o Mercosul até o final de dezembro e sua prioridade é, finalmente, ratificar o acordo comercial com a União Europeia. Essa etapa é necessária para que o acordo seja implementado.
A viagem desta quarta é a primeira ida de Lula a Buenos Aires desde a posse de Milei, em dezembro de 2023. Passado um ano e meio, os dois presidentes ainda não tiveram uma reunião separada de trabalho e trocam críticas com frequência.
Milei, que é adversário político de Cristina, tem boa relação com os ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Lula, por sua vez, é crítico de Milei, Bolsonaro e Trump.
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