A Petrobras iniciou oficialmente as operações para exploração da Margem Equatorial, com um aporte inicial de US$ 3 bilhões — equivalente a aproximadamente R$ 15 bilhões ao câmbio atual — para perfurar 15 poços de petróleo até 2029. O navio-sonda destinado às primeiras perfurações já chegou ao porto de Santana, no Amapá, e começa a executar atividades preliminares de mapeamento na bacia da Foz do Amazonas.
O projeto é considerado estratégico para a estatal por seu potencial de aumentar as reservas brasileiras, destravar valor para os acionistas e reduzir a dependência do Brasil em relação às importações de óleo e derivados. O plano foi incorporado ao Plano Estratégico 2024–2028 da companhia e reforça a posição do Brasil no mercado global de energia.
O que é a Margem Equatorial e por que é importante
A Margem Equatorial compreende uma extensa área no litoral norte e nordeste do Brasil, entre o Rio Grande do Norte e o Amapá, apontada por estudos geológicos como uma das novas fronteiras exploratórias mais promissoras do país.
Nos últimos anos, outras empresas já iniciaram operações em regiões vizinhas — como Guiana e Suriname — com descobertas significativas de reservas, o que eleva as expectativas em torno do projeto brasileiro.
Segundo dados divulgados pela Petrobras, o investimento inicial cobre a perfuração de 15 poços na Margem Equatorial até 2029, com possibilidade de novas etapas à medida que forem confirmadas reservas economicamente viáveis.
Investimentos e cronograma
O plano prevê aportes iniciais de US$ 3 bilhões apenas para esta frente exploratória, dentro de um orçamento total superior a US$ 30 bilhões para o quinquênio 2024–2028.
Além dos 15 poços da Margem Equatorial, a Petrobras pretende perfurar até 51 poços em outras regiões, incluindo pré-sal e pós-sal, sobretudo na Bacia de Santos. O cronograma prevê as primeiras perfurações ainda em 2025, após a conclusão das análises sísmicas e dos estudos ambientais em curso.
Desafios regulatórios e ambientais
Embora a Margem Equatorial represente uma oportunidade econômica relevante, o projeto enfrenta resistências ambientais e exigências rigorosas para obtenção de licenças. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ainda avalia os planos apresentados pela Petrobras para mitigar os riscos à biodiversidade marinha.
O Senado Federal instituiu uma frente parlamentar para acompanhar o tema e facilitar o diálogo entre a estatal, órgãos ambientais e o Ministério Público Federal, que já apresentou manifestações contrárias a algumas licenças emitidas. A Petrobras, por sua vez, afirma que cumpre integralmente as normas legais e ambientais vigentes.
Impactos econômicos e para acionistas
O projeto da Margem Equatorial tem potencial para aumentar significativamente as reservas nacionais de petróleo e, por consequência, reduzir a vulnerabilidade externa do Brasil frente às flutuações do mercado internacional e do câmbio.
Em termos financeiros, a companhia projeta que o preço do barril de petróleo entre US$ 68 e US$ 70 — patamar atual no mercado futuro — sustenta a rentabilidade do projeto e contribui para geração de fluxo de caixa suficiente para manter dividendos robustos aos acionistas.
As ações preferenciais (PETR4) encerraram o último pregão cotadas a R$ 32,16, com suporte técnico observado em R$ 29,00 e resistência na faixa entre R$ 35,00 e R$ 36,00, segundo dados do mercado. Resultados do segundo trimestre de 2025 e novas atualizações sobre a produção podem influenciar o desempenho nos próximos meses.
Projeções para os próximos anos
O projeto da Margem Equatorial é de longo prazo, com retorno esperado na próxima década, caso as reservas sejam confirmadas e a produção iniciada em escala comercial. A Petrobras já anunciou a intenção de intensificar investimentos nessa região também no ciclo estratégico seguinte (2029–2033), caso os resultados iniciais sejam positivos.
A exploração deve contribuir não apenas para o crescimento da companhia, mas também para a geração de empregos, arrecadação de royalties e fortalecimento da indústria de óleo e gás no Brasil.
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