Em julho de 2025, quatro ações listadas na B3 — Auren Energia (AURE3), Banco do Brasil (BBAS3), Caixa Seguridade (CXSE3) e Brava Energia (BRAV3) — estão negociadas abaixo de seus preços justos, segundo relatórios de analistas, configurando oportunidades em setores estratégicos. As empresas atuam em segmentos com forte peso no PIB e com histórico de resiliência: energia elétrica, bancário, seguros e petróleo.
De acordo com projeções públicas e consensos de mercado compilados por plataformas como Economatica e TC, essas ações possuem potencial de valorização entre 15% e 50% frente aos preços atuais, além de pagarem dividendos que podem superar os 8% ao ano, dependendo do caso.
Auren Energia: elétrica em desalavancagem
Endividamento recua e previsibilidade aumenta
A Auren Energia, que opera cerca de 3,1 GW de capacidade instalada, vem negociando em julho a R$ 9,73, enquanto a média do preço justo apurado em relatórios varia de R$ 10,39 a R$ 10,58, indicando potencial de alta próximo a 8%.
O balanço do primeiro trimestre de 2025 mostrou redução da alavancagem financeira, com dívida líquida/EBITDA caindo para 2,9x, abaixo do teto de 3,5x previsto após a combinação de negócios com AES Brasil. A receita líquida foi de R$ 1,2 bilhão no trimestre, com margem EBITDA em torno de 46%.
Apesar do momento ser de recomposição do caixa, a expectativa é que a empresa retome pagamento relevante de dividendos após 2028, caso mantenha o ritmo de desalavancagem.
Banco do Brasil: fundamentos sólidos apesar da pressão
Lucro elevado e dividendos acima da média
O Banco do Brasil segue como um dos maiores bancos do país, com R$ 2,4 trilhões em ativos totais, participação de mercado de cerca de 20% no crédito e histórico de alta lucratividade.
Em julho, as ações (BBAS3) recuaram para R$ 22,00, enquanto estimativas de preço justo giram em torno de R$ 27,50, indicando potencial de valorização de aproximadamente 25%.
O lucro líquido ajustado no 1º trimestre de 2025 foi de R$ 9,4 bilhões, com ROE (retorno sobre patrimônio) anualizado em 19,8%. Mesmo com expectativa de menor resultado no 2º trimestre devido a aumento na inadimplência do agro, a empresa continua a distribuir dividendos robustos — o dividend yield nos últimos 12 meses foi superior a 10%, bem acima da média do setor.
Caixa Seguridade: previsibilidade e dividendos consistentes
Margem operacional alta e expectativa de novos dividendos
A Caixa Seguridade, maior holding de seguros atrelada à Caixa Econômica Federal, tem se destacado pela forte geração de caixa e distribuição consistente de proventos.
Negociada em julho a R$ 14,72, com preço justo estimado entre R$ 18,50 e R$ 19,00, a ação apresenta potencial de alta superior a 25%, segundo análises públicas.
Em 2024, a companhia reportou lucro líquido de R$ 3,9 bilhões, alta de 14% em relação ao ano anterior, com margem líquida de 59%. A distribuição de dividendos em 2024 totalizou R$ 1,24 por ação, o que implica um dividend yield de 8,4% para quem comprou aos preços atuais.
Para agosto de 2025, é esperado novo anúncio de dividendos, conforme o calendário de pagamentos já divulgado.
Brava Energia: recuperação operacional e potencial de crescimento
Produção aumenta e dívida cai após fusão
A Brava Energia, resultado da fusão entre Enauta e 3R Petroleum, volta a ganhar espaço entre analistas após superar entraves regulatórios que reduziram sua produção no ano passado.
Negociada a R$ 17,60 em julho, a ação tem preço justo estimado entre R$ 25,00 e R$ 26,90, o que representa um potencial de valorização superior a 50%, caso os objetivos operacionais sejam atingidos.
Em 2024, a empresa produziu uma média de 42 mil barris de óleo equivalente/dia, aumento de 35% em relação ao trimestre anterior, e conseguiu reduzir a relação dívida líquida/EBITDA para 1,8x, contra 3,2x no início do ano passado.
Embora ainda não seja um ativo para renda passiva, projeções sugerem dividendos futuros estimados em até R$ 1,24 por ação, o que poderia equivaler a dividend yield próximo a 7%, caso os preços se mantenham nos níveis atuais.
Conjuntura favorável para preços descontados
Os quatro ativos combinam fundamentos sólidos, resultados financeiros robustos e preços no mercado abaixo do justo, segundo análises amplamente divulgadas. Setores como energia, financeiro, seguros e petróleo concentram boa parte da liquidez e da resiliência da Bolsa brasileira, com peso relevante no Ibovespa e participação no PIB que somam mais de 35% da atividade econômica nacional.
Em um cenário de taxa Selic ainda alta — atualmente em 14,25% ao ano, segundo o Banco Central — e volatilidade nos preços de commodities, essas empresas ajustaram suas operações para preservar margens e reduzir dívidas, ampliando a atratividade para investidores que buscam oportunidades.
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