O Bradesco deve registrar um lucro líquido de cerca de R$ 6,0 bilhões no 2º trimestre de 2025, segundo estimativas do UBS publicadas em junho. O valor representa um avanço de aproximadamente 11% em relação ao lucro líquido do 2º trimestre de 2024, que foi de R$ 5,4 bilhões, conforme dados do banco.
Essa projeção coloca o Bradesco à frente do Banco do Brasil, cujo lucro estimado para o mesmo período é de R$ 5,0 bilhões, segundo o UBS, impactado por provisões mais elevadas para inadimplência.
Além do crescimento do crédito, que avançou 8,2% em 12 meses até março de 2025, e das receitas com tarifas e serviços, que somaram R$ 8,6 bilhões no 1º trimestre (+8,3% ano contra ano), a melhora operacional e o controle de custos explicam o desempenho.
Dividendos mensais e rendimento anualizado de até 12%
O Bradesco mantém sua política de distribuição mensal de juros sobre capital próprio (JCP), com valor bruto de R$ 0,012 por ação (tanto ON quanto PN). Em 30 de junho de 2025, anunciou adicionalmente um JCP extraordinário de R$ 0,27 por ação ON (BBDC3) e R$ 0,29 por ação PN (BBDC4), a serem pagos em 31 de janeiro de 2026.
Considerando os pagamentos mensais recorrentes e os extraordinários, o banco pode alcançar um dividend yield anualizado entre 10% e 12%, conforme cálculos de analistas, com base nas cotações atuais (R$ 14 para BBDC3 e R$ 16 para BBDC4).
Em 2024, o Bradesco distribuiu cerca de R$ 8,1 bilhões em dividendos e JCP, equivalente a 40% do lucro líquido do ano, mantendo um payout historicamente elevado para o setor.
Bonificação prevista para 2026
A bonificação de ações, prática suspensa em 2025, pode voltar em 2026 caso a rentabilidade continue crescendo. Entre 2017 e 2022, o Bradesco entregou mais de 70% de retorno aos acionistas em bonificações e valorização das ações.
Em anos anteriores, as bonificações chegaram a 10% ao ano, conforme demonstram os comunicados ao mercado, aumentando a base acionária dos investidores e reforçando a estratégia de longo prazo do banco.
Expansão operacional reforça resultados
No primeiro trimestre de 2025, a receita com serviços atingiu R$ 8,6 bilhões, alta de 8,3% sobre o mesmo período de 2024, enquanto as despesas administrativas cresceram apenas 3,1%, segundo os relatórios trimestrais. A margem financeira bruta somou R$ 18,5 bilhões, um avanço de 5,7% em relação ao ano anterior.
A carteira de crédito atingiu R$ 900 bilhões no fechamento de março de 2025, alta de 8,2% em 12 meses, enquanto o índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 4,3%, abaixo do pico registrado em 2023 (4,8%), sinalizando melhoria na qualidade dos ativos.
Preferência entre ON e PN
As ações ordinárias (BBDC3), cotadas em torno de R$ 14, dão direito a voto e são preferidas por quem busca bonificações e influência em assembleias. Já as preferenciais (BBDC4), cotadas a cerca de R$ 16, oferecem maior liquidez e pagam cerca de 5% mais dividendos do que as ON, além de serem as mais negociadas.
O UBS recomenda compra para BBDC4, com potencial de alta de 31%, dado o preço-alvo de R$ 21.
Perspectivas para o segundo semestre
Caso as tendências positivas se confirmem, o Bradesco pode fechar o ano com um lucro líquido superior a R$ 24 bilhões, superando os R$ 20,7 bilhões registrados em 2024, de acordo com projeções de mercado.
Com o aumento da eficiência, expansão de receitas com serviços e controle de inadimplência, o banco deve sustentar sua posição entre os líderes do setor financeiro brasileiro em 2025 e 2026.
Principais números do Bradesco (dados mais recentes)
Indicador | Valor |
---|---|
Lucro líquido estimado (2T25) | R$ 6,0 bi |
Lucro líquido (2T24) | R$ 5,4 bi |
Carteira de crédito (mar/25) | R$ 900 bi |
Receita com serviços (1T25) | R$ 8,6 bi |
Inadimplência >90 dias (mar/25) | 4,3% |
Dividend yield projetado (2025) | 10%–12% |
Payout (2024) | 40% do lucro |
Cotação BBDC3 | R$ 14 |
Cotação BBDC4 | R$ 16 |
Preço-alvo BBDC4 (UBS) | R$ 21 |
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