Auren Energia amplia potencial com foco em redução da dívida e dividendos

Auren Energia, terceira maior geradora de energia do Brasil, está em fase avançada de reestruturação para reduzir endividamento, aumentar dividendos e ampliar participação no mercado livre de energia. A companhia, fruto da fusão com a AES Brasil, opera hoje com R$ 52 bilhões em ativos e pretende destravar esse valor nos próximos anos. Em 2025 e 2026, a empresa seguirá remunerando acionistas, com distribuição mínima de 25% do lucro líquido, mesmo em meio a uma dívida líquida ainda alta de R$ 20 bilhões.

Com um valor de mercado de cerca de R$ 10 bilhões, a Auren busca consolidar-se também como líder em comercialização de energia, por meio de aquisições como a Esfera Energia e parcerias com empresas como Vivo, para alcançar clientes empresariais.

Estrutura financeira: ativos dobram e dívida recua

Entre 2023 e 2024, a Auren praticamente dobrou seu ativo total, saltando de R$ 27 bilhões para R$ 52 bilhões. O ativo circulante também mais do que duplicou, atingindo R$ 11 bilhões, enquanto o caixa e equivalentes subiram para R$ 6 bilhões.
Mesmo assim, a dívida líquida representa hoje cerca de duas vezes o patrimônio líquido, que está em R$ 13 bilhões. Recentemente, a companhia amortizou R$ 1 bilhão em dívida, reforçando a estratégia de desalavancagem.

Esse movimento é crucial: com menos dívida e maior geração de caixa operacional, a expectativa é de que o valor de mercado e o patrimônio líquido cresçam. Projeções do mercado apontam para um dividend yield modesto nos próximos 2–3 anos, mas em expansão a partir de 2028.

Potencial no mercado livre de energia e parcerias estratégicas

Além da geração de energia hidrelétrica e renovável, a Auren fortalece sua atuação no mercado livre, onde grandes consumidores escolhem seus fornecedores.
A aquisição da Esfera Energia e a parceria com a Vivo são exemplos da estratégia B2B (empresa para empresa), permitindo alcançar empresas de médio e grande porte que buscam reduzir custos com energia.

Com a demanda do setor de tecnologia e data centers crescendo no Brasil — impulsionada por gigantes como Google, Microsoft e Nvidia —, a Auren está bem posicionada para aproveitar a expansão, desde que o ambiente regulatório seja favorável.

Dividendos: moderação no curto prazo, crescimento no médio e longo

Nos últimos anos, a Auren distribuiu dividendos relevantes, como os R$ 1,50 por ação em 2023 (beneficiados por indenizações pontuais). Para 2024, o pagamento foi de R$ 0,40 por ação, refletindo o foco em desalavancagem. Em 2025, a expectativa é de dividendos em torno de R$ 0,39 por ação, com data de corte provavelmente em dezembro ou no início de 2026.

Segundo análises de mercado, incluindo projeções que apontam um preço-alvo de R$ 13,50 para a ação, a valorização dependerá do ritmo da redução do endividamento e da rentabilização dos ativos.

Gráfico e preço-alvo: tendência de alta no longo prazo

No curto prazo, as ações da Auren oscilaram entre R$ 7,34 (mínima recente) e R$ 10,21 (máxima em junho de 2025). O fechamento mais recente ficou próximo de R$ 9,80, com resistência técnica em torno de R$ 10,50. Analistas acreditam que, com a execução do plano estratégico, a ação pode superar os R$ 13,50 nos próximos anos, acompanhando o aumento dos lucros e a queda do endividamento.

Resumo e perspectivas

  • Ativos: R$ 52 bilhões, crescimento de 92% em um ano.

  • Dívida líquida: R$ 20 bilhões, com redução em andamento.

  • Caixa: R$ 6 bilhões, suficiente para manter a operação e amortizar dívida.

  • Valor de mercado: R$ 10 bilhões.

  • Dividendos previstos para 2025: cerca de R$ 0,39 por ação, com potencial de alta após 2028.

A Auren Energia se destaca como um case de médio e longo prazo, com potencial de valorização significativo para quem busca exposição ao setor elétrico brasileiro. A execução da estratégia de desalavancagem e crescimento sustentável será determinante para transformar ativos bilionários em lucro consistente e maior remuneração aos acionistas.

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