O veterinário Bruno Lisboa, de Belo Horizonte, viralizou nas redes sociais ao mostrar a técnica que utiliza para acalmar cães com comportamento mais agressivo. Com o uso de musicoterapia, cromoterapia, movimentos corporais e, até mesmo, dança, o profissional consegue fazer tarefas difíceis, como a coleta de sangue e aplicação de injeções, sem o uso de sedativos.
Em entrevista ao BHAZ, Bruno contou que atua há oito anos na clínica Pataki Patalá, da qual é proprietário. No entanto, foi apenas nos últimos três anos que ele começou a desenvolver a técnica que ficou conhecida como “encantamento”.
“O pessoal não conseguia atender animais com comportamento mais agressivo, e eu sempre gostei de cachorro bravo, de cães de guarda. Foi então que atendi o Rambo, um pitbull mais estressado, e consegui dominá-lo sem usar força física ou sedativos”, relembra.
Com cerca de 340 mil seguidores, Bruno trabalha tanto com cães de grande porte, como o dogue alemão, quanto com os pequeninos, como o pinscher. Para criar um ambiente mais acolhedor durante o atendimento, o veterinário utiliza luzes em diferentes cores – azul, roxa, verde – e também coloca músicas tranquilas para ajudar no relaxamento dos pacientes. “A partir disso, faço a leitura corporal do cachorro e, caso ele solte o corpinho, danço com ele. Depois disso, consigo trabalhar normalmente, funciona bastante”, explicou.
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O profissional pondera que, caso o animal tenha algum problema de locomoção ou na coluna, ele busca outras formas de deixá-lo tranquilo.”Nesses casos, costumo deitar o cão no meu colo, estico as pernas e o coloco entre elas. Fico ‘ninando’, como se fosse um bebezinho”, completa.
Respeito e cuidado
Para o veterinário, a técnica, além de respeitar o animal, não altera a dinâmica fisiológica dele. “Quando sedamos o cão, nós mexemos com a frequência cardíaca, respiratória e a temperatura dele. Então, temos riscos. Imagina sedar um cachorro que está com um problema no trato respiratório ou cardiopata sem fazer nenhum exame antes. Por isso, eu evito e, desde que comecei, nunca precisei sedar em atendimento”, reitera.
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Como precisou cuidar desses animais sozinho, Bruno conta que desenvolveu algumas técnicas, como tirar sangue com apenas uma mão e interpretar os sinais corporais dos cães. Ele explica ainda que é normal o animal ficar estressado, já que permanece em estado de alerta por estar cercado de pessoas e exposto a cheiros diferentes do habitual.
“É importante lembrar que, se esse cão está buscando atendimento, é porque possivelmente está com dor, e essa é uma das principais causas de agressividade. Um profissional atento consegue perceber sinais como orelhas abaixadas, mudança de postura ou o rabo entre as pernas. Esses comportamentos indicam que o animal pode reagir. Nenhum cão ataca sem dar sinais antes”, reforça.
Normalmente, Bruno orienta que o tutor reserve de duas a três horas do dia para o atendimento do animal. Em alguns casos, o responsável acompanha a consulta por trás de um vidro, já que, caso esteja apreensivo, a presença dele pode deixar o cão ainda mais nervoso e reativo. “Também gosto de reiterar que meu trabalho não é de adestrador, porque são coisas muito diferentes. Eu não tenho nem tempo de adestrá-los”, conta.
“É muito importante escolher um profissional preparado, porque não adianta chegar na clínica, colocar focinheira e juntar cinco para coletar sangue do animal. Isso será traumático para ele. O estresse em excesso pode baixar ainda mais a imunidade do cachorro e isso pode causar mais patologias, afinal, ele já está com a saúde comprometida”, finaliza.
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