A Taesa, uma das maiores transmissoras de energia elétrica do Brasil, divulgou em julho de 2025 uma atualização sobre seus fundamentos, comparativos com pares nacionais e internacionais, e perspectivas para os próximos anos. A companhia, que lidera em distribuição de dividendos no setor, enfrenta um cenário desafiador, com alta alavancagem, custos financeiros pressionados e concorrência intensa nos leilões. Ainda assim, os analistas apontam potencial para retomada a partir de 2026, quando os investimentos devem se normalizar e a dívida ser reduzida.
Desempenho em dividendos e valuation
A Taesa (TAEE3/4/11) distribuiu 10,71% de dividend yield líquido nos últimos 5 anos, o maior entre as principais empresas do setor de utilidade pública no Brasil, superando ISA Cteep (8,27%) e CPFL Energia (8,38%). Em termos de preço, a ISA aparece como a mais barata com EV/EBIT de 5,4x, enquanto a Taesa registra 7,3x. A alavancagem, porém, preocupa: dívida líquida equivalente a 4x o EBITDA, com cerca de 32% atrelada ao CDI, que segue elevado.
Comparativo entre pares no Brasil:
Empresa | Dividend Yield (5 anos) | EV/EBIT | Dívida/EBITDA |
---|---|---|---|
Taesa | 10,71% | 7,3x | 4,0x |
ISA Cteep | 8,27% | 5,4x | 3,8x |
CPFL Energia | 8,38% | 6,6x | 3,5x |
Equatorial | 5,5% | 9,0x | 3,2x |
Investimentos e desafios operacionais
A empresa projeta para 2025 um CAPEX de R$ 1,6 a R$ 1,8 bilhão, mantendo um ritmo forte de investimentos iniciado em 2023 (R$ 2,1 bi) e 2024 (R$ 1 bi). Os projetos Tangará, Ananaí e Juruá ainda estão por iniciar ou concluir. A elevada alavancagem e a competição crescente nos leilões — com a presença massiva de investidores estrangeiros — impõem cautela quanto a novos movimentos agressivos.
Impacto dos juros e cenário macroeconômico
O custo da dívida segue pressionado pelos juros reais elevados. Em 2024, a taxa básica chegou a 15%, e embora tenha recuado para cerca de 13,25%–13,50% em meados de 2025, ainda limita a atratividade das ações no curto prazo. Para investidores previdenciários, no entanto, a expectativa é que a redução gradual dos juros ao longo de 12 a 18 meses permita um novo ciclo de valorização das ações e aumento nos dividendos.
Preço-alvo e potencial de valorização
Atualmente, o mercado precifica as ações unitárias (TAEE11) em torno de R$ 33,18, mas modelos de valuation apontam um valor justo de até R$ 47,20, representando um upside potencial de 34%. O P/L (preço/lucro) está em 7,2x e o P/VPA em 1,7x — abaixo dos múltiplos observados em concorrentes dos EUA como NextEra Energy (20x) ou Duke Energy (27x).
Comparativo internacional
Empresa (EUA) | P/L | P/VPA | Dividend Yield |
---|---|---|---|
NextEra Energy | 20x | 2,5x | 2,4% |
Duke Energy | 27x | 1,8x | 4,1% |
Southern Company | 21x | 2,0x | 3,7% |
Taesa | 7,2x | 1,7x | 10,71% |
Perspectivas e recomendações
Embora os preços das ações estejam relativamente estáveis devido ao juro real elevado, analistas sugerem cautela para quem já está posicionado e oportunidades para quem pretende aumentar posição para o longo prazo. Com a expectativa de cortes de juros e finalização dos investimentos mais pesados até 2026, a Taesa pode retomar forte geração de caixa e valorização das ações.
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