A Vamos (VAMO3), maior empresa brasileira de locação de caminhões, máquinas e equipamentos, enfrenta um cenário desafiador em 2025. Após acumular queda de quase 50% em 2024, as ações caem mais 14% no acumulado do ano, apesar de analistas enxergarem um upside potencial de até 53%, segundo modelos do InvestingPro.
A companhia, parte do grupo Simpar, viu a dívida crescer enquanto o lucro líquido mostrou comportamento cíclico, pressionado pelo elevado custo financeiro. A estratégia de desmembrar a Automob e focar no core business é bem-vista pelo mercado, mas os fundamentos ainda não refletem essa mudança.
Comparativo com pares nacionais e internacionais
A avaliação da VAMO3 destaca-se por ser a mais barata entre pares nacionais e internacionais, apesar da alta alavancagem. Na métrica EV/EBIT, a empresa negocia a 6,3 vezes, abaixo das principais concorrentes no Brasil e nos EUA.
Tabela: Comparativo de múltiplos financeiros
Empresa | EV/EBIT | Dívida Líquida/EBITDA | ROE (%) | P/VPA | Upside projetado (%) |
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Vamos (VAMO3) | 6,3 | 3,6 | 8,3 | 1,7 | 53,3 |
JSL | 8,0 | 2,8 | 12,5 | 1,4 | 23,0 |
Tegma | 7,2 | 0 | 15,2 | 1,2 | 23,0 |
Paccar (EUA) | 10,5 | 1,5 | 20,0 | 3,0 | 12,0 |
Penske Automotive (EUA) | 9,8 | 2,0 | 18,0 | 2,5 | 10,0 |
Desafios dos fundamentos
Apesar do potencial, a empresa enfrenta obstáculos relevantes:
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Dívida líquida crescente, com alavancagem em 3,6x EBITDA.
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Lucro líquido projetado para 2025 inferior a 2024 (estimado em R$ 320–340 milhões, ante R$ 380 milhões no ano anterior).
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Dividendos possivelmente menores: em 2024, foram pagos R$ 0,23 por ação, yield de 5,6%, mas projeções indicam recuo para R$ 0,17–0,19 este ano.
Segundo analistas, o atual payout excederia 100% do lucro líquido projetado, algo insustentável sem melhora operacional.
Perspectiva do mercado
A tese de investimento em VAMO3 é atraente para investidores com apetite por risco e foco em recuperação. O mercado brasileiro de small caps pode reagir positivamente com a redução da Selic e eventual melhora do ciclo econômico.
No curto prazo, a cotação pode testar suportes em R$ 3,76 e R$ 2,60, enquanto o teto técnico é estimado entre R$ 6,75 e R$ 11. A alta depende de disciplina financeira, recuperação de margens e queda do custo de capital.
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