Emissário submarino, ‘sangradouros’ e mais: Prefeitura de Natal analisa novos projetos para drenagem da engorda de Ponta Negra


Secretaria de Infraestrutura confirma que avalia novas propostas por causa de insatisfação causada por ‘espelhos d’água’. Água acumulada na faixa de areia da Praia de Ponta Negra após chuva em Natal (Arquivo)
Pedro Trindade/Inter TV Cabugi
A Prefeitura de Natal confirmou nesta quarta-feira (8) que estuda novos projetos para solucionar os problemas de drenagem da água na engorda da praia de Ponta Negra, na Zona Sul da capital.
A declaração foi feita pela secretária de Infraestrutura da capital, Shirley Calvalcanti, ao g1 RN. Pelo menos três opções são analisadas pelo município. Veja os detalhes mais abaixo.
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Desde que a obra foi entregue, em janeiro, espelhos d’água se formam na faixa de areia, em dias de chuva, e permanecem por horas, ou até mais de um dia, o que gera insatisfação entre moradores e empresários do setor turístico.
O assunto foi tema de uma reunião entre representantes do setor hoteleiro e secretários municipais nesta semana.
Segundo a secretária municipal de Infraestrutura, Shirley Cavalcanti, a gestão reconhece que a solução adotada inicialmente não tem atendido às expectativas da população e estuda alternativas.
A secretária ressaltou que o projeto original previa que a drenagem conduzisse a água da chuva até a faixa de areia, criando espelhos d’água, como de fato ocorre. Porém, ela considera que a solução não foi satisfatória.
“A drenagem foi projetada para ir para faixa de areia e formar os espelhos d’água. Por que que não está sendo a contento? Porque junto com a água da drenagem, está indo água servida, porque nós encontramos ligações clandestinas em Ponta Negra. Então, está gerando uma insatisfação da população”, disse a secretária.
“Os espelhos são uma coisa nova e isso assusta de certa forma a população. E em alguns dos dissipadores está descendo a água servida. Como toda grande obra, muitas vezes, na finalização dessa obra, ela não está 100% satisfatória. Muitas vezes, precisam passar por adequações. Nós estamos fazendo estudos com novas soluções que possam acabar com os espelhos de água na faixa de areia, para que a gente possa ter essa obra 100% satisfatória para a população”, argumentou.
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Três propostas em análise
De acordo com Shirley, três linhas de projeto estão sendo estudadas atualmente pela prefeitura:
A construção de um emissário submarino
Criação de “sangradouros na praia”
Retenção de parte da água na parte de cima da praia, próximo à Avenida Engenheiro Roberto Freire
Emissário submarino: A principal aposta da gestão, embora mais complexa e de longo prazo, é a construção de um emissário submarino, como já foi implantado em outras capitais brasileiras, a exemplo de Fortaleza.
E estrutura é composta basicamente por tubulações que descartam a água drenada no mar, a uma certa distância da costa.
“É um projeto mais complexo, que precisa de muitos estudos ambientais e ele ocorre a longo prazo. Agente sabe que é uma solução muito adequada, então, a gente tem um olhar muito positivo para essa solução”, considerou.
Criação de sangradouros: A ideia é construir estruturas que permitam o escoamento controlado da água da chuva diretamente para o mar, sem causar erosões na faixa de areia, como já ocorreu em episódios de chuvas intensas e maré alta.
Sangadouros são estruturas comuns em grandes reservatórios de água e escoam o volume excedente, quando as barragens chegam à sua capacidade máxima.
Retenção de parte da água: a outra proposta é reter parte da água da chuva ainda na região superior, próxima à Avenida Engenheiro Roberto Freire, evitando que todo o volume da região siga para a praia.
Análise ambiental
Segundo a secretária, antes de qualquer proposta ser apresentada oficialmente à população, a prefeitura pretende submeter os projetos ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão responsável pela autorização ambiental da obra.
De acordo com ela, o próprio Ibama sugeriu que a prefeitura buscasse uma nova solução para a drenagem da área.
Segundo a secretária, o município já tem uma das propostas em mãos e deve receber uma segunda em até um mês. A partir de então, a prefeitura vai procurar o órgão ambiental para discutir os projetos.
“Vamos apresentar ao Ibama para ouvir deles se é viável seguir com aquela solução. Só depois disso é que tornaremos público e daremos continuidade ao processo”, explicou a secretária.
A Secretaria de Infraestrutura não deu prazo para apresentação de um projeto formal.
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