A Itaúsa é reconhecida como a maior holding de capital aberto do Brasil, com um portfólio que supera os R$ 130 bilhões. O Banco Itaú, responsável por grande parte desse valor, segue entregando bons resultados financeiros, impactando diretamente na avaliação da holding. No entanto, mesmo após 50 anos de existência, a Itaúsa permanece extremamente concentrada nas operações do Banco Itaú, o que levanta questões sobre seus esforços de diversificação.
Desafios e estratégia de diversificação
Itaúsa tem repetidamente falado sobre a diversificação de seu portfólio, alegando que deseja reduzir a dependência do Banco Itaú. Contudo, os números não corroboram com essa estratégia, com investimentos baixos em empresas fora do setor bancário. Entre 2017 e 2022, a holding investiu apenas R$ 11 bilhões, o que, em comparação com o tamanho de seu portfólio e lucro, representa uma quantia pequena. Embora haja declarações sobre essa mudança estratégica, na prática, a Itaúsa continua sendo muito dependente da rentabilidade proveniente do Itaú.
Rentabilidade e ROI
Em termos de ROI, a Itaúsa apresenta um retorno de 17,6%, inferior ao de seu principal ativo, o Banco Itaú, que apresenta 21% de ROI. As demais empresas do portfólio não conseguem gerar retornos semelhantes, o que diminui a rentabilidade geral da holding.
Gráfico: ROI comparativo
Empresa | ROI (%) |
---|---|
Banco Itaú | 21% |
Itaúsa | 17,6% |
Outras Empresas | Variável |
Empresas no Portfólio
A Itaúsa detém participações em empresas como Dexon, Alpargatas, Motiva, Aiganeo, Copa Energia, e NTS. No entanto, a maioria delas não está performando de maneira robusta no mercado. O Dexon, por exemplo, registrou uma queda significativa no lucro nos últimos anos, e a Alpargatas também não tem mostrado crescimento nas suas receitas.
A Motiva, que recentemente foi avaliada positivamente, tem enfrentado dificuldades, apesar de seu crescimento limitado. Por outro lado, a Aiganeo e a Copa Energia destacam-se por seu desempenho positivo, mas representam uma fração menor no valor global do portfólio da Itaúsa.
Perspectivas de dividendos e rentabilidade
A Itaúsa tem um histórico de pagamento de dividendos consistentes, com um payout elevado. Em 2025, espera-se que a holding pague cerca de 8% de dividend yield, o que é um bom indicador de retorno para os investidores. No entanto, a alta dependência do Banco Itaú para gerar esses dividendos levanta uma preocupação: caso o banco sofra algum impacto negativo, a holding também será afetada.
A perspectiva de reaplicação de lucros da Itaúsa, com um ROI de 17%, sugere que a empresa pode continuar oferecendo bons retornos a longo prazo, embora esses retornos não sejam substancialmente superiores aos de renda fixa no Brasil, especialmente com a Selic elevada.
Tabela: retorno embutido da Itaúsa
Indicador | Valor |
---|---|
Preço/Lucro (P/L) | 7,5 |
Retorno Anual | 15% (Dividendos + Reinvestimentos) |
Payout Estimado | 60% |
ROI | 17% |
O desconto hold e perspectivas fiscais
A Itaúsa também fala sobre um desconto hold de 24% sobre seu valor de mercado, que se refere à ineficiência fiscal da empresa devido à aquisição de Juros sobre o Capital Próprio (JCP). Esse fator deve se resolver até 2027, o que pode melhorar a precificação das ações da empresa no futuro.
Acompanhamento do Banco Itaú
Com o Banco Itaú sendo responsável por 37,2% do valor total da Itaúsa, o desempenho contínuo do banco é crucial para os resultados da holding. O Itaú continua a ser uma das maiores instituições financeiras da América Latina, com lucros crescentes e retornos sólidos. Seu ROI de 22% é um indicativo da alta geração de valor para os acionistas.
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