Ataques a ônibus: 8 em cada 10 casos ocorreram nas zonas Sul e Oeste da cidade de SP; veja mapa


Levantamento foi feito a partir do registro dos boletins de ocorrência. Polícia Civil já registrou 191 ataques na capital entre os dias 21 de maio e 5 de julho. Onda de ataques a ônibus na Grande SP
Cerca de 80% dos ataques a ônibus na cidade de São Paulo ocorreram nas zonas Sul e Oeste, entre os dias 21 de maio e 5 de julho. Os dados são de um relatório do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), obtido pela TV Globo.
No total, a Polícia Civil registrou 191 ataques na capital. Já a Prefeitura de São Paulo contabilizou 382 casos desde 12 de junho.
🔎 Segundo o delegado Fernando Santiago, do Deic, os números da polícia são divergentes da administração municipal, pois algumas empresas de ônibus não registraram boletim de ocorrência.
Desde o início da onda de ataques, três homens foram presos e um adolescente, apreendido. A polícia não identificou, por enquanto, o propósito nos atos de vandalismo (leia mais abaixo).
O relatório da Polícia Civil também aponta que a Zona Sul concentra o maior número de ataques, com 85 casos, o equivalente a 44%. Em seguida, vêm as zonas Oeste (65), Leste (19), Central (16) e Norte (6).
Veja o mapa abaixo:
Ataques a ônibus na cidade de SP por zona
Arte g1
O documento ainda revela a divisão de ataques por dias da semana. Cerca de 70% dos casos aconteceram às quintas, sextas e sábados — totalizando 133.
Segundo o levantamento do Deic, as ruas com o maior número de ataques são:
Avenida Cupecê: 20
Rodovia Raposo Tavares: 13
Avenida Senador Teotônio Vilela: 12
Avenida Corifeu de Azevedo Marques: 8
Avenida Sapopemba: 8
Avenida Vereador João de Luca: 8
Avenida Brigadeiro Faria Lima: 7
Avenida Interlagos: 7
Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira: 5
Ataques na Grande São Paulo
Ônibus é apedrejado na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini.
Fábio Tito/g1
Desde 12 de junho, 328 veículos já foram depredados na capital, na contabilidade das empresas operadoras.
De acordo com a Artesp, que contabiliza ônibus intermunicipais do estado, foram registrados, nos meses de junho e julho até a segunda (7), 241 casos de vandalismo.
Conforme a agência, as cidades com ônibus vandalizados são: Barueri, Carapicuíba, Cotia, Cubatão, Diadema, Embu das Artes, Guarujá, Itanhaém, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jandira, Mauá, Osasco, Praia Grande, Ribeirão Pires, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Paulo, São Vicente, Suzano, Taboão da Serra.

Na somatória, são 569 coletivos atacados na Grande São Paulo. O padrão permanece o mesmo: alguém joga uma pedra no veículo, chamando a atenção do motorista e dos passageiros.
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Investigação
A Polícia Civil trabalha com três linhas principais de investigação:
Ataques por pessoas influenciadas por desafios criados na internet;
Possível sabotagem de empresas que perderam contratos com a prefeitura;
Ação coordenada pelo PCC, embora ainda sem motivação clara e que, no último dia 3, segundo o delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), não era a linha principal.
Mas a investigação ainda não avançou o suficiente para confirmar ou excluir qualquer uma das possibilidades.
O Sindicato dos Motoristas de São Paulo disse que tem trabalhado para oferecer mais segurança aos operadores do transporte público e também aos passageiros. Também afirmou que pediu uma reunião urgente com a SSP para tratar do problema e cobrar medidas de segurança.
A Polícia Militar colocou em prática, desde o dia 2, a Operação Impacto e Proteção a Coletivos, com base em um mapeamento estratégico feito em conjunto com a Polícia Civil.
Prisões
Três pessoas presas suspeitas de participar de ataques a ônibus na Grande SP
Três homens já foram detidos pela polícia desde sábado (5) pelos ataques a ônibus na cidade de São Paulo. Além deles, um adolescente foi apreendido em Cotia, na região metropolitana.
Um dos homens foi preso na noite de domingo e identificado como Éverton de Paiva Balbino. Ele é suspeito de ter arremessado no dia 27 de junho uma pedra na vidraça de um ônibus que acertou em cheio uma mulher sentada no banco. Ela fraturou vários ossos da face, incluindo o nariz, e correu risco de vida. Este caso, que aconteceu na Zona Sul da capital, é um dos mais graves registrados.
Ele é filho de um motorista de ônibus, informou a Polícia Civil. Éverton teve a prisão temporária de 30 dias decretada e foi indiciado por tentativa de homicídio e danos ao patrimônio. Sua defesa não foi localizada pela TV Globo.
A polícia reforça, no entanto, que não há nenhuma ligação do pai dele com os ataques.
Imagens de uma câmera de segurança mostram quando um carro vermelho para perto de uma saída da Avenida Washington Luís. Uma pessoa desce do veículo e, da calçada, arremessa uma pedra contra um ônibus que vinha pela avenida. O carro também foi apreendido pela polícia com o suspeito preso.
Segundo o delegado, Éverton justifica que a pedrada teria resultado de uma briga de trânsito. “Entretanto, até o momento não conseguimos visualizar nenhum tipo de briga, de embate ali motivado por questão de trânsito”, afirma.
O Sindicato dos Motoristas de São Paulo disse que tem trabalhado para oferecer mais segurança aos operadores do transporte público e também aos passageiros. Também afirmou que pediu uma reunião urgente com a SSP para tratar do problema e cobrar medidas de segurança.
A Polícia Militar colocou em prática, desde o dia 2, a Operação Impacto e Proteção a Coletivos, com base em um mapeamento estratégico feito em conjunto com a Polícia Civil.
Ônibus atacado na Avenida Rio Branco.
Arquivo Pessoal

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