
Thayane Oliveira Sousa Leal, de 35 anos, morreu depois de complicações em um procedimento de lipoaspiração, pelo qual o cirurgião plástico Rodrigo Bernardino era responsável, em outubro de 2024. Cirurgião plástico Rodrigo Bernardino foi indiciado por homicídio culposo em Cuiabá
Reprodução
O cirurgião plástico Rodrigo Bernardino foi indiciado por homicídio culposo após a conclusão do inquérito que investiga a morte da estudante Thayane Oliveira Sousa Leal, de 35 anos, em outubro de 2024. Ela morreu depois de complicações em um procedimento de lipoaspiração, pelo qual Rodrigo era responsável. A Polícia Civil publicou a informação nesta quarta-feira (9).
O g1 entrou em contato com Rodrigo, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
☑️ Clique aqui e siga o perfil da TV Centro América no Instagram
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a morte de Thayane foi causada por hemorragia e embolia pulmonar.
O delegado Marcelo Carvalho concluiu que houve negligência por parte de Rodrigo e encaimnhou o inquérito para o Poder Judiciário e ao Ministério Público de Mato Grosso (MPMT).
Além de Rodrigo, foram ouvidos o marido da vítima, a funcionária da clínica que havia sido designada para ser acompanhante de Thayane, a médica que declarou a morte, a médica anestesiologista que participava da cirurgia, o anestesiologista que fez a consulta pré-cirúrgica, a enfermeira que passou a sonda na paciente e o médico cirurgião responsável pelo procedimento.
O que disseram as testemunhas
À Policia Civil, o marido de Thayane afirmou que a estudante fez vários exames previamente, que atestaram aptidão para realizar a cirurgia. No dia do procedimento, o hospital informou que a cirurgia teria duração de 4 a 5 horas e que ele receberia ligações a cada 1h30 com notícias da esposa.
Ele recebeu a primeira ligação, com a informação de que a cirurgia estava ocorrendo normalmente. Depois não teve mais notícias. Preocupado, ele chegou a tentar contato com a recepção, mas somente após algumas horas, Rodrigo comunicou que Thayane havia sofrido uma parada cardiorrespiratória e a equipe estava tentando reanimá-la.
Pouco tempo depois, foi informado que Thayane havia sido reanimada e seria transferida para outro hospital. Durante o trajeto, ela sofreu a segunda parada cardiorrespiratória e morreu ao dar entrada no hospital. O marido contou também que, após a morte dela, o hospital devolveu o dinheiro que o casal havia pagado pela cirurgia.
A funcionária do hospital que acompanhou Thayane disse que estava com ela durante todo o procedimento, viu a parada cardiorrespiratória e que Rodrigo e toda a equipe tentaram reanimar Thayane por cerca de 1 hora, conseguindo estabilizá-la.
A médica anestesiologista que participou da cirurgia disse que recebeu o prontuário de Thayane antes da cirurgia e todos os exames estavam normais. A cirurgia ocorria normalmente quando, já no final do procedimento, os sinais vitais de Thayane pararam de repente. A equipe conseguiu estabilizá-la, chamar a ambulância e encaminhá-la para um hospital, onde foi declarada a morte.
O médico anestesiologista responsável pela consulta pré-anestésica de Thayane disse que, no dia da cirurgia, estava em outro procedimento e já havia ido embora, mas retornou para ajudar quando ficou sabendo da ocorrência.
A enfermeira que passou a sonda em Thayane disse que a havia deixado na maca com respiração adequada pressão arterial boa. Quando foi chamada novamente, a equipe já tentava reanimar a vítima.
Por fim, Rodrigo disse que todo o procedimento ocorreu normalmente, que não houve nenhuma perfuração na paciente, ou qualquer erro de sua parte, ou da equipe.
Relembre o caso
Thayane Oliveira Sousa Leal, de 35 anos, deixa 3 filhos e o marido.
Reprodução
Por volta das 14h, do dia 23 de outubro de 2024, a Polícia Civil foi acionada para atender uma ocorrência de liberação de cadáver.
Ao chegar no local, foi constatado que se tratava de uma mulher que fez um procedimento de lipoaspiração e após a cirurgia teve complicações, sendo levada a outro hospital, acompanhada do anestesista e do cirurgião assistente.
As equipes do hospital tentaram reanimar Thayane, mas sem sucesso.
Nas redes sociais, amigos e familiares lamentaram a morte da estudante. Thayane cursava óptica e optometria em uma faculdade particular da região e compartilhava sua paixão pela família e vida saudável. Ela deixou o marido e três filhos.