
População deve redobrar cuidados mesmo no período seco, alertam autoridades de saúde. Semsa orienta sobre cuidados com Aedes Aegypti após redução de chuvas na região
O primeiro semestre de 2025 apresentou mudanças significativas no cenário das arboviroses em Santarém, no oeste do Pará. Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que, embora o número de casos confirmados de dengue tenha diminuído em comparação ao mesmo período de 2024, os registros de chikungunya praticamente dobraram. Já os casos de zika tiveram leve queda.
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De janeiro a junho deste ano, o município notificou 572 casos suspeitos de dengue, com 86 confirmações. Em 2024, foram 836 notificações e 139 confirmações no mesmo período. Apesar da redução, a chikungunya acendeu um alerta: foram 93 casos confirmados, número expressivamente maior que os 16 registros do ano passado. Em relação ao zika vírus, foram apenas 3 confirmações este ano, contra 4 em 2024.
A maioria dos casos de chikungunya se concentrou nos bairros Vitória Régia e na área de ocupação Bela Vista do Juá, segundo a coordenação de endemias da Semsa. Técnicos identificaram nesses locais o maior número de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor das três doenças.
Mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti
Freepik
“Mesmo com menos chuvas, há muitos depósitos irregulares de lixo e água parada, especialmente nesses bairros, o que facilita a reprodução do mosquito”, explicou Gilmara Nascimento, coordenadora do setor de agravos da secretaria.
Equipes têm feito visitas domiciliares, bloqueios de foco e ações educativas com apoio dos agentes de endemias.
Período seco também exige atenção
Com o fim do período chuvoso e o início da seca, a prefeitura alerta que o combate ao mosquito não pode parar. Durante o verão amazônico, a escassez de água faz com que moradores armazenem líquidos em tonéis, baldes e caixas, frequentemente sem a devida higienização. Esses reservatórios, segundo os agentes de saúde, são os principais pontos de proliferação do mosquito nessa época do ano.
O coordenador de endemias da Semsa, Edvan Lopes, reforça que não basta trocar a água com frequência. “O ovo do Aedes pode sobreviver por mais de um ano grudado na parede do recipiente. Se não fizer a escovação com esponja, ele vai eclodir na próxima vez que tiver contato com a água”, alertou.
Para evitar o avanço das arboviroses, é necessário que a população se comprometa com a limpeza e eliminação de criadouros dentro de casa e nos quintais. A prefeitura também pede apoio no cuidado com terrenos baldios e orienta que qualquer suspeita de infecção seja comunicada à Unidade Básica de Saúde mais próxima.
“Registrar os atendimentos é fundamental para mapear as áreas mais afetadas e garantir que medidas de prevenção, como a vacinação contra a dengue, cheguem a quem mais precisa”, concluiu a coordenadora de agravos.
Números das Arboviroses em Santarém
Período: Janeiro a Junho
▶️ DENGUE
2024 – Notificados: 836 / Confirmados: 139
2025 – Notificados: 572 / Confirmados: 86
▶️ CHIKUNGUNYA
2024 – Notificados: 158 / Confirmados: 16
2025 – Notificados: 191 / Confirmados: 93
▶️ ZIKA
2024 – Notificados: 117 / Confirmados: 4
2025 – Notificados: 45 / Confirmados: 3
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