O governo dos Estados Unidos anunciou nesta semana uma tarifa adicional de 50% sobre a importação de produtos estratégicos, como aço, ferro e petróleo, provenientes do Brasil e outros países. A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, visa fortalecer a indústria local e reduzir a dependência de insumos estrangeiros.
O impacto para empresas brasileiras do setor de siderurgia, mineração e energia pode ser significativo, principalmente no curto prazo. A seguir, analisamos os efeitos para as principais companhias afetadas: Gerdau, CSN, Ferbasa, Petrobras e Azevedo & Travassos.
Impacto por empresa: siderurgia e energia
Gerdau
A Gerdau, que gera 42% da receita na América do Norte, tende a sentir menos os efeitos da tarifa, já que possui fábricas e operação própria nos EUA. No entanto, sua divisão exportadora será parcialmente atingida.
Receita por região | Percentual |
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Brasil | 49% |
América do Norte | 42% |
América do Sul | 8% |
Já a CSN tem menor exposição direta aos EUA — apenas 4% da receita vem da América do Norte. O maior risco está em mudanças indiretas no mercado global, já que 32% de sua receita vem da Ásia, região também alvo das tarifas.
Receita por região | Percentual |
---|---|
Brasil | 51% |
Ásia | 32% |
Europa | 13% |
América do Norte | 4% |
A Ferbasa exporta 51% de sua produção, com destaque para EUA, Europa e América Latina. É uma das mais vulneráveis, pois metade de sua receita depende de exportações de ferro e ligas metálicas, agora taxadas.
Receita por região | Percentual |
---|---|
Brasil | 49% |
Exportações | 51% |
A Petrobras, com forte foco no mercado interno, destina menos de 3% de suas exportações para os EUA — cerca de US$ 4 bilhões anuais. Apesar disso, a restrição pode reduzir margens nas vendas externas.
Receita por região | Percentual |
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Brasil | 85% |
Ásia | 6% |
Europa | 5% |
EUA | 3% |
Enquanto as siderúrgicas e a Petrobras enfrentam desafios externos, a Azevedo & Travassos anunciou dois contratos relevantes: um com a Petrobras para fornecimento de suprimentos ao complexo de Itaboraí, no valor de R$ 1,7 bilhão, e outro com a Sabesp, para obras de saneamento, no valor de R$ 384 milhões.
Contratos recentes | Valor total (R$) |
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Fornecimento para Petrobras | 1,7 bilhão |
Obras para Sabesp | 384 milhões |
Setores mais afetados
Além de siderurgia e petróleo, a nova tarifa americana afeta produtos básicos do agronegócio brasileiro, como café, cacau, carnes, frutas, chá, vegetais e papel e celulose. Isso pode pressionar preços internos e aumentar a inflação.
O aumento das tarifas tende a provocar efeitos em cascata, levando a juros mais altos no Brasil para conter a inflação e menor competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
O que esperar
A política protecionista dos EUA visa revitalizar a indústria local, mas gera incerteza global e potencial alta de preços para os consumidores. Para os investidores brasileiros, é importante monitorar os próximos meses para avaliar o real impacto sobre as empresas e a economia.
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