
Mais de 29 mil moradores de Nísia Floresta vivem em Área de Proteção Ambiental, segundo o Censo 2022. Lagoa de Arituba em Nísia Floresta, na Grande Natal
Prefeitura de Nísia Floresta/Divulgação
Mais de 126,6 mil pessoas moram em Unidades de Conservação da Natureza (UC’s) no Rio Grande do Norte, segundo dados inéditos divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento foi feito no Censo 2022.
O número total representa 3,83% da população do estado. No entanto, chama a atenção a realidae do município de Nísia Floresta, na Grande Natal: segundo o IBGE, 91% da população da cidade, mais de 29 mil pessoas, moram dentro de unidade de conservação.
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O município fica dentro da Área de Proteção Ambiental Bonfim/Guaraíra, que é a unidade com a maior população no estado. Ao todo, 72.035 pessoas moram nela. Em segundo lugar, está a Área de Proteção Ambiental Piquiri-Uma, com 43.423 residentes.
Segundo o IBGE, as unidades de conservação são espaços territoriais e os seus recursos ambientais com características naturais relevantes, instituídos pelo Poder Público e com regime especial de administração, com limites e objetivos de conservação.
No RN, foram identificados moradores em Áreas de Proteção Ambiental (APP), em florestas, em parques e em uma reserva de desenvolvimento sustentável.
De acordo com a superintende estadual do IBGE/RN, Fabiana Fábrega de Oliveira, uma das inovações do Censo 2022 é o fornecimento das primeiras estatísticas oficiais sobre as características sociodemográficas dos grupos populacionais que moram nesses espaços.
“Os gestores terão informações demográficas para as unidades que poderão embasar decisões mais assertivas de acordo com os objetivos planejados para cada um dos tipos de Unidade de Conservação”, explicou a superintendente.
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Além do destaque de Nísia Floresta, o município de São José do Mipibu também registrou 26.739 pessoas residentes em territórios deste tipo, o que representa mais de 56% da população local. O município também fica na área da APA de Bonfim Guaraíras.
Ainda segundo o IBGE, em Natal, apenas 36 pessoas vivem em unidades de conservação. Nos outros municípios potiguares com mais de 100 mil habitantes (Parnamirim, São Gonçalo do Amarante e Mossoró) não há moradores nesse tipo de espaço.
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Maioria de homens e pardos
O resultado do Censo 2022 mostra que a maioria (50,4%) dos residentes em unidades de conservação no RN são homens, 63.804. As mulheres somam 62.816 residentes (49,6%).
A pesquisa também detalha a cor e a raça dos moradores: pessoas pardas são 56,5% do total, brancas são 32,2%, pretas são 10,3%, indígenas são 0,8% e amarelas são 0,2%.
Quanto à declaração de pertencimento étnico indígena e quilombola, 1.327 residentes em UC’s são de populações indígenas, com 51,5% mulheres e 48,5% homens, e 500 são de populações quilombolas, sendo 50% homens e 50% mulheres.
Foram identificadas nove UC’s com moradores no RN.
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Maior unidade do RN
Segundo o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema) a Área de Proteção Ambiental Bonfim-Guaraíra foi criada através de decreto estadual em 1999, a fim de proteger os ecossistemas de dunas, mata atlântica, manguezais, praias, rios e lagoas, além de espécies vegetais e animais em Tibau do Sul, Goianinha, Arês, Senador Georgino Avelino, Nísia Floresta e São José de Mipibu.
A APA tem 42 mil hectares e é a maior Unidade Estadual de Conservação. No interior dela, ainda existem outras três Unidades de Conservação oficialmente criadas: a Floresta Nacional de Nísia Floresta (federal); Parque Estadual Mata da Pipa (estadual); e Reserva Faunística de Tibau do Sul (municipal).
No interior da APA Bonfim-Guaraíra há também um posto avançado da reserva da biosfera da Mata Atlântica, representado pelo Santuário Ecológico de Pipa, em Tibau do Sul.
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